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Sem resistência, PM cumpre reintegração de posse da reitoria da USP (SP)

Polícia cumpre reintegração de posse na manhã desta terça-feira (12), no prédio da reitoria da USP - Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão Conteúdo
Polícia cumpre reintegração de posse na manhã desta terça-feira (12), no prédio da reitoria da USP Imagem: Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão Conteúdo

DO UOL, em São Paulo

12/11/2013 06h18Atualizada em 12/11/2013 08h57

A Polícia Militar cumpriu na madrugada desta terça-feira (12) a reintegração de posse da reitoria da USP (Universidade de São Paulo), no campus da zona oeste da capital. Estudantes ocupavam o local desde o dia 1º de outubro, em protesto por eleições diretas para reitor da instituição.

Um grupo de cerca de 50 policiais militares da Tropa de Choque entrou no local por volta das 5h e, segundo a corporação, encontrou a reitoria vazia, com sinais de depredação.

Durante a ação, o prédio foi completamente cercado pela Tropa de Choque, para impedir a entrada de estudantes. Por volta das 7h15, a Tropa de Choque já havia deixado os arredores do prédio da reitoria e funcionários da USP começavam a fazer a vistoria do local para apurar danos.

Pedro Serrano, um dos diretores do DCE, afirmou ao UOL que cerca de cem estudantes faziam uma vigília do lado de fora do prédio, para evitar que algum aluno fosse detido. Ao ver a aproximação da polícia, no entanto, os estudantes saíram pacificamente, sem oferecer resistência. 

O estudante também comentou a informação dada pela PM sobre a depredação no interior do prédio. Segundo Serrano, "por enquanto, não é possível falar; é preciso fazer uma averiguação do local por ambas as partes".

Embora não tenha havido resistência por parte dos estudantes nem confronto com policiais, há informação de que dois alunos foram detidosSegundo o telejornal "Bom Dia São Paulo", da TV Globo, informou que um estudante foi detido após ser flagrado filmando a ação e liberado em seguida. A PM não confirmou as detenções.

Na última quarta-feira (6) pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), que concedeu à instituição a reintegração de posse e autorizou o uso de força policial para a retomada do prédio. 

Queda de braço

Na ocasião, o DCE (Diretório Central dos Estudantes) da USP classificou a possibilidade de retomada da reitoria como "inadmissível".

Em assembleia realizada no prédio da História-Geografia, também na quarta-feira (6), os estudantes votaram pela manutenção da greve e da ocupação da reitoria. Após horas de discussão, 747 alunos deliberaram pela paralisação e 562 optaram pela retomada das aulas, suspensas desde o dia 1º de outubro.

Depois de o Tribunal de Justiça de São Paulo entregar aos estudantes a notificação da decisão judicial favorável ao procedimento de reintegração, uma comissão formada pela direção da USP se encontrou com os alunos e apresentou uma proposta para a saída do prédio. 

O termo de acordo foi submetido a votação, a maioria foi contra a assinatura do documento, o fim da greve e a desocupação voluntária da reitoria.

Histórico da greve

Os alunos da USP entraram em greve no dia 1° de outubro e ocuparam a reitoria em protesto por democracia nas eleições da universidade. Os estudantes querem que o reitor seja escolhido em um processo de eleição direta em que toda a comunidade universitária possa votar. 

As próximas eleições da universidade acontecem no dia 19 de novembro e não terão voto direto. Quatro chapas concorrem à gestão da reitoria - três delas encabeçadas por professores que integram a administração de João Grandino Rodas, o atual reitor, que mantém discrição sobre o candidato preferido.