Após reintegração, USP mostra reitoria com pichação e móveis quebrados
A USP (Universidade de São Paulo) realizou uma vistoria na manhã desta terça-feira (12) no prédio da reitoria que esteve ocupada por estudantes por 42 dias. Segundo a assessoria de imprensa da universidade, a situação é caótica: paredes pichadas, mesas e cadeiras destruídas, além de equipamentos quebrados. Também há muito lixo, afirmou a assessoria.
A reportagem do UOL teve acesso a apenas parte da edificação. No térreo, a reportagem constatou muita sujeira, arquivos revirados e papeis espalhados. Há muitas pichações nas paredes. Os banheiros estão muito sujos -- a USP havia cortado a água do prédio nos primeiros dias da ocupação.
No entanto, algumas salas estavam sem pichações e com computadores e mesas preservadas. Móveis novos, comprados para departamentos que serão alocados no prédio da reitoria, ainda estavam embalados. Havia também dois pianos Stenway dentro das caixas.
Segundo o diretor do DCE (Diretório Central de Estudantes) Pedro Serrano, o movimento é político e não havia danos patrimoniais na ocupação do prédio. Os primeiros estudantes que deixaram a edificação, no começo da manhã, disseram que o local estava sujo, mas não estava depredado.
A verificação do local foi feita após a entrada da polícia -- que encontrou o prédio praticamente vazio. Um grupo de estudantes fazia vigília na entrada do campus, que fica na zona oeste de São Paulo, e avisou os colegas que estavam no prédio invadido para que não houvesse detenções. No entanto, dois manifestantes foram detidos e levados para o 93° DP (Departamento de Polícia).
Sem acompanhar a vistoria, Pedro reclamou que a polícia "poderia mostrar o que quisesse". Os estudantes só puderam entrar no prédio com a imprensa, após uma primeira verificação da universidade.
Reintegração após 42 dias
A reintegração de posse foi feita pela Tropa de Choque da PM (Polícia Militar) no começo do dia -- por volta das 7h15, a maior parte dos policiais já havia deixado o campus.
No prédio em que estavam os alunos funcionavam setores administrativos, como a superintendência da USP. O reitor, João Grandino Rodas, contra quem os estudantes protestavam e a quem exigiam processo de eleição direta para reitor, já estava trabalhando em outro edifício chamado de "antiga reitoria".
Histórico da greve
Os alunos da USP entraram em greve no dia 1° de outubro e ocuparam a reitoria em protesto por democracia nas eleições da universidade. Os estudantes querem que o reitor seja escolhido em um processo de eleição direta em que toda a comunidade universitária possa votar.
As próximas eleições da universidade acontecem no dia 19 de novembro e não terão voto direto. Quatro chapas concorrem à gestão da reitoria - três delas encabeçadas por professores que integram a administração de João Grandino Rodas, o atual reitor, que mantém discrição sobre o candidato preferido.
*Colaborou Gustavo Basso
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