Sem aulas, alunos da USP Leste protestam na Cidade Universitária

Com o campus interditado desde janeiro, os estudantes da EACH (Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo), mais conhecida como USP Leste, realizaram nesta segunda-feira (10) um protesto no campus da Cidade Universitária. Cerca de 300 manifestantes se encontraram em frente à reitoria da universidade e percorreram o campus Butantã em passeata.

Esta segunda marcaria o dia de retorno às aulas na faculdade, segundo promessa que o reitor Marco Antonio Zago fez à Folha no dia 14 de fevereiro. Na entrevista, o novo reitor dizia que a volta às aulas poderia acontecer apesar da interdição do campus. No entanto, o início das aulas foi novamente adiado para o dia 24 de março. 

Em nota publicada no site da EACH, a direção justifica o novo adiamento "diante da impossibilidade de se encontrar um espaço físico adequado para abrigar as atividades didáticas desenvolvidas na USP Leste". Até o momento, o campus da USP Leste continua fechado e ainda não há previsão de reabertura devido à contaminação do solo e à presença de gás metano.

Os estudantes e professores que protestaram no campus do Butantã terminaram o ato com uma aula pública em frente ao prédio da reitoria da universidade. A aula, dada em um caminhão de som, teve como mote o orçamento da USP e os problemas enfrentados pelo campus Leste desde sua criação, em 2005.

Greve e interdição

Apesar de os problemas ambientais serem antigos na EACH, o caso só veio à tona em setembro do ano passado, depois que a USP foi autuada pela Cetesb e os professores e alunos começaram uma greve que durou 50 dias.

Em outubro, a Cetesb multou a USP em R$ 96.869,35 por não ter solucionado o problema ambiental e por estabelecer prazos considerados insatisfatórios. Em seguida, foi a vez de a Justiça determinar a interdição do campus, medida que foi cumprida no início de janeiro deste ano.