Conselho da USP aprova abono de 28,6% para docentes e servidores
O Conselho Universitário da USP (Universidade de São Paulo) aprovou, em reunião realizada nesta terça-feira (16), o abono salarial de 28,6% para funcionários e professores da instituição. Foram 64 votos a favor, 33 contra e duas abstenções. O pagamento é referente à reposição dos salários que deveriam ter sido reajustados em maio. O reitor da universidade teria apresentado proposta contra o abono.
Segundo a assessoria de imprensa da USP, ainda não há data para o pagamento do abono. A reposição dos dias parados não foi discutida na reunião de hoje. Amanhã (17), haverá uma nova reunião de conciliação entre sindicatos e a reitoria no TRT (Tribunal Regional do Trabalho). A greve na USP já dura mais de 100 dias.
De acordo com dados da Comissão de Orçamento e Patrimônio, divulgados pela assessoria de imprensa, o abono representará para a universidade, custos da ordem de R$ 85,8 milhões.
No começo do mês, o conselho de reitores das três universidades estaduais de São Paulo ofereceu 5,2% de reajuste para professores e servidores. O aumento deve ser dividido em duas parcelas - a primeira neste mês e a segunda em dezembro. Esse valor cobre apenas a perda inflacionária do último ano. Os sindicatos já aceitaram o reajuste.
Além do reajuste e do abono, a reposição dos dias parados também dificulta o acordo entre grevistas e a reitoria. Segundo o Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), a universidade quer que os funcionários reponham as horas não trabalhadas nos próximos seis meses. O sindicato considera a reposição das horas um "castigo" e afirma que os servidores pretendem resolver o problema do serviço acumulado.
Demissão voluntária
Também no começo de setembro, o Conselho Universitário aprovou um programa de demissão voluntária proposto pela reitoria. A medida, que visa reduzir os gastos da universidade com folha de pagamento, deve começar em fevereiro do próximo ano.
Segundo o reitor Marco Antonio Zago, a instituição fará um investimento inicial de até R$ 400 milhões no programa de demissão voluntária. No caso do quadro de funcionários, a expectativa é que programa de demissão voluntária abranja 2.800 dos 17.500 funcionários não docentes, com idade entre 55 e 67 anos e mais de 20 anos de carreira.
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