Gestão Bolsonaro cortou questões do próximo Enem, diz jornal
Em meio à repercussão da declaração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) começou a ter a "cara do governo", o jornal O Estado de S. Paulo publica hoje que a gestão Bolsonaro cortou questões do próximo exame, que será aplicado a partir do próximo domingo.
De acordo com a reportagem, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) passou a imprimir a prova previamente neste ano com a intenção de que mais pessoas tivessem acesso ao exame antes da aplicação.
O jornal diz que o diretor de Avaliação da Educação Básica do Inep, Anderson Oliveira, avaliou a prova previamente e 24 questões, consideradas "sensíveis", foram retiradas após uma "leitura crítica". A reportagem não especifica o teor destas perguntas.
Ainda segundo o jornal, 13 destas questões foram reinseridas posteriormente, uma vez que o Enem ficou descalibrado - na proporção entre questões consideradas fáceis, médios e difíceis - após as comissões de montagem da prova sugerirem outras perguntas.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Oliveira não quis se manifestar. O UOL também tenta contato com o diretor do Inep e aguarda um posicionamento do instituto.
Em reportagem exibida no último domingo pela TV Globo, servidores já haviam relatado que Anderson Oliveira pediu a remoção de mais de 20 questões da primeira versão da prova deste ano, sendo que a maior parte delas se referia a contextos sociopolíticos ou socioeconômicos. Oliveira está no cargo de diretor de Avaliação da Educação Básica desde maio deste ano.
Porém, não havia ficado claro se as perguntas tinham sido de fato suprimidas, como agora publica o jornal O Estado de S. Paulo.
Ministro nega interferência
Em entrevista ontem à CNN Brasil, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, negou interferência na elaboração do Enem e minimizou o pedido de exoneração de mais de 30 servidores em relação a seus atuais cargos.
"As provas foram impressas há meses, já foram encaminhadas. Não há como interferir nem eu, nem o presidente do Inep, nem o presidente da República. Então, essa ideia de que houve interferência é uma narrativa de quem quer politizar a educação", disse.
Porém, ao longo da entrevista, ele ponderou diversas vezes que o exame precisa ter questões técnicas e não de "cunho ideológico".
Um dia antes, Bolsonaro minimizou o pedido de exoneração de servidores e disse que a prova começa a ter "a cara do governo".
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