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Novo Enem: MEC confirma que aluno poderá escolher área para 2º dia de prova

Ministro da Educação, Milton Ribeiro, durante coletiva de imprensa sobre o novo Enem  - Divulgação/MEC
Ministro da Educação, Milton Ribeiro, durante coletiva de imprensa sobre o novo Enem Imagem: Divulgação/MEC

Ana Paula Bimbati

Do UOL, em São Paulo

17/03/2022 16h38

O MEC (Ministério da Educação) confirmou hoje (17), em coletiva de imprensa, as mudanças previstas para o Enem. As alterações já haviam sido aprovadas em parecer do CNE (Conselho Nacional de Educação), na segunda-feira (14).

A partir de 2024, o candidato poderá escolher a área de conhecimento da prova do segundo dia. O objetivo é alinhar o Enem ao novo ensino médio, que começou a ser implementado nas escolas públicas e privadas no início deste ano.

O novo Enem valorizará ainda mais a capacidade de reflexão e análise, além de contemplar a flexibilidade curricular, permitindo que as aptidões e as escolhas dos nossos jovens sejam consideradas."
Milton Ribeiro, ministro da Educação

Segundo a pasta, o primeiro dia de exame terá perguntas relacionadas à formação geral básica do aluno, com foco nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. As questões, no entanto, serão interdisciplinares. Ainda nesta primeira etapa, os alunos terão que entregar uma redação.

Já no segundo dia, o aluno responderá perguntas da área de conhecimento escolhida. O MEC irá oferecer quatro blocos de perguntas para os candidatos —ainda não há detalhes de quantas e como serão as questões.

A ideia é que o candidato escolha o bloco de perguntas relacionado ao itinerário formativo que fez durante o ensino médio, mas também que esteja ligado ao curso superior que deseja tentar uma vaga.

"Quem vai definir [se serão perguntas abertas ou não] vai ser o Inep [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas", informou o secretário de Educação Básica, Mauro Rabelo.

O órgão, responsável por elaborar e aplicar o Enem, deve construir as matrizes de referência e decidir o número de questões de cada prova, se elas serão discursivas, entre outros pontos.

Rabelo afirmou que o MEC deve oferecer uma lista às universidades, para que relacionem as áreas de conhecimento e os cursos, mas as universidades terão autonomia para fazer essa seleção e decidir qual área está ligada a cada curso.

A pasta não estima o quanto deve ser gasto com as mudanças para o novo Enem.

Curso técnico

O secretário de Educação Básica explicou ainda que alunos que fizerem curso técnico ao longo do ensino médio poderão ganhar uma bonificação, caso haja relação com o curso escolhido na graduação.

O ministro da Educação disse que, nos próximos dias, o MEC irá divulgar um documento para ampliação do ensino técnico no país.

"Cursos técnico e superior devem conversar, o conhecimento adquirido no ensino técnico não pode ser ignorado para acessar o ensino superior", afirmou. "Queremos dar oportunidades para que um técnico possa continuar os estudos em um curso de engenharia civil, por exemplo."

Desde o ano passado, Ribeiro defende o fortalecimento do ensino técnico e profissionalizante no Brasil. Reportagem da Folha de S. Paulo mostrou, no entanto, que matrículas na área estão estagnadas durante o governo Bolsonaro.

Mudanças do ensino médio

As novidades do Enem, como informado, acontecem devido às mudanças no ensino médio. Entre os principais pontos de alterações na última etapa da educação básica está o aumento da carga horária e a possibilidade de os alunos escolherem parte das disciplinas que querem cursar.

Com a reforma, a carga horária dos alunos, nos três anos, vai de 2.400 para 3 mil horas. Destas, 1.800 devem ser destinadas à formação geral, que são os conteúdos obrigatórios, e outras 1.200 horas são chamadas de "parte flexível", em que os alunos escolhem seus itinerários formativos —ou seja, as áreas em que pretendem se aprofundar.

Nas escolas, os itinerários formativos devem estar divididos nas quatro áreas de conhecimento, além de ter uma quinta opção: o ensino técnico ou modelo integrado. As opções são fornecidas pelas unidades de ensino.