Vice-líder da Frente Evangélica sobre Milton Ribeiro: 'Não dá para aceitar'
O vice-líder da Frente Parlamentar Evangélica, deputado federal Luis Miranda (Republicanos-DF), criticou hoje o ministro da Educação, Milton Ribeiro, pelo áudio que aponta para a prática de "atendimento preferencial" a pedidos de dois pastores em liberações de recursos da pasta.
"Por que ele não pediu para sair do cargo? Por que o [presidente Jair] Bolsonaro (PL) ainda não o exonerou?", indagou retoricamente o deputado federal durante entrevista ao UOL News, programa do Canal UOL.
O áudio foi tornado público ontem pela Folha de S.Paulo. Nele, é possível ouvir Ribeiro dizendo que o Ministério da Educação prioriza liberação de verbas para prefeituras indicadas por dois pastores: Gilmar Santos e Arilton Moura, ambos sem cargos na esfera pública.
A prioridade para indicações de verbas feitas pelos dois pastores "foi um pedido especial que o presidente da República fez", segundo afirmou Ribeiro no áudio. De acordo com o jornal, os dois líderes religiosos têm atuado na pasta desde, ao menos, janeiro de 2021.
"Há um ministro atendendo posicionamentos direcionados para grupos amigos do rei, e é isso é muito ruim. Não dá para aceitar a permanência dele no cargo que hoje ocupa", acrescentou Miranda.
Em mais outra crítica a Ribeiro, que também é pastor, Miranda disse que, ao invés de estar recebendo "amigos do rei", o ministro deveria estar mais aberto a receber parlamentares eleitos. "Mas eles (congressistas) não são atendidos", acrescentou.
Segundo o vice-líder da bancada evangélica, a sensação entre os parlamentares da frente parlamentar em relação ao caso é de que "algumas pessoas não conseguem compreender o que é o cargo de Ministro de Estado".
Agora, Luis Miranda espera que o presidente Bolsonaro, além de não estar realmente envolvido com o esquema de favorecimento, exonere Milton Ribeiro "nas próximas 24 horas". "Passar a mão na cabeça é a mesma coisa de dizer que está envolvido", afirmou.
Hoje pela tarde, Ribeiro admitiu ter se encontrado com os dois pastores, mas isentou de culpa o presidente Jair Bolsonaro, contrariando o que havia dito no áudio vazado.
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