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Presidente da Ubes foi ferida em atos de professores no PR e presa em SP

9.dez.2015 - Camila Lanes, 19, presidente da Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), eleita em novembro de 2015  - Reprodução/Facebook
9.dez.2015 - Camila Lanes, 19, presidente da Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), eleita em novembro de 2015 Imagem: Reprodução/Facebook

Em São Paulo

09/12/2015 10h53

A paranaense Camila Lanes, de 19 anos, presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), começou a militar pelas causas estudantis ainda adolescente. Antes de participar das manifestações contra a reorganização escolar da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), Camila, ligada ao PCdoB, já havia se juntado a atos contra outro tucano: ela apoiou a greve dos professores estaduais do Paraná, governado por Beto Richa.

Camila foi escolhida em novembro para presidir a Ubes, já no meio das discussões do movimento dos estudantes em São Paulo. Com influência nos grêmios de várias escolas estaduais, a Ubes aproveitou a maré das ocupações e saiu de um limbo no qual vivia havia alguns anos.

A líder estudantil mudou-se para São Paulo neste ano para exercer a presidência da entidade. Mora em um apartamento reservado para lideranças estudantis mantido com a ajuda de custo dada a membros da executiva da Ubes. Historicamente, o PCdoB comanda a entidade.

Não é a primeira vez que Camila se muda por causa da militância. Em 2012, quando tinha 16 anos e estudava na Escola Estadual Silveira da Motta, em São José dos Pinhais, no Paraná, ela saiu de casa rumo a Curitiba para participar de um acampamento estudantil.

O movimento tentava recuperar a área da sede da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes), envolvida em batalha imobiliária. Foram 136 dias de ocupação e, no ano seguinte, em 2013, Camila tornou-se presidente da Upes, cargo ocupado até o ano passado.

Ferida

Em junho deste ano, ela chegou a ser ferida na passeata dos professores no Paraná, que protestavam contra um pacote de medidas do governador e foram violentamente reprimidos pela Polícia Militar. Em São Paulo, também participou de atos em que houve ação da polícia contra os estudantes e chegou a ser detida em um deles. "Em vez de negociar, preferiram usar bombas e spray de pimenta, como se estivessem numa guerra. Eles bateram e nós apenas resistimos", disse.

No PCdoB, seu nome já desponta como símbolo dos estudantes. Antes da Upes, também participou da União da Juventude Socialista (UJS). O estudante Claitom Fortunato, de 18 anos, morou dois anos com Camila em Curitiba. "Ela sempre foi protagonista das lutas nas quais se envolveu. Camila liderou o apoio dos estudantes aos professores no Paraná quando a greve já tinha um desgaste com a população." Ambos querem estudar Direito.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.