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Protesto de professores ocupa todas as faixas da avenida Paulista

Lucas Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

19/04/2013 16h24Atualizada em 19/04/2013 16h35

Uma manifestação organizada por professores da rede estadual de São Paulo ocupa todas as faixas da avenida Paulista nos dois sentidos, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). A concentração começou às 14h desta sexta-feira (19) no vão do Masp (Museu de Arte de São Paulo). 

O protesto tem cerca de 5 mil pessoas, de acordo com um comandante da PM (Polícia Militar) presente no local. A CET já registra trânsito lento na região. O desvio para quem segue sentido Consolação é pela alameda Santos. Para quem vai para o Paraíso a orientação é pegar a São Carlos do Pinhão. 

A manifestação é organizada pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo). Os professores reivindicam reposição salarial de 36,74% e complementação do reajuste referente a 2012, o cumprimento da jornada extraclasse, o fim da remoção e da designação de professores das escolas de tempo integral, entre outras demandas.

Os professores devem votar em assembleia ainda nesta sexta-feira se haverá ou não greve.

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo afirmou, em nota na quinta-feira, que sempre atendeu as solicitações de negociação do sindicato. “A entidade sindical tem participado desde agosto de 2011 dos trabalhos conjuntos entre representantes do Governo do Estado e de associações de profissionais da educação para a construção do Plano de Carreira do Magistério”, afirmou a pasta. 

Segundo o órgão, o governo cumpre integralmente a Lei do Piso do Magistério, com um salário inicial dos professores de educação básica 2, com jornada de 40 horas semanais, de R$ 2.088,27. Ainda de acordo com a pasta, o “Estado obedece também ao limite máximo de dois terços da carga horária total estabelecido pela Lei do Piso para a jornada de trabalho docente em classe.”

Aumento de 8%

Nesta semana, o governo anunciou um reajuste de 8% para docentes e servidores da educação. A decisão tenta compensar a perda pela inflação, que, no passado, foi de 5,84% (IPCA). Representantes sindicais criticaram.

Com os 8%, o piso salarial de início de carreira, de 40 horas, passará a R$ 2.257,84. O valor de 2013, que vale a partir de 1.º de julho, representa um aumento de R$ 44,28 em relação ao previsto anteriormente para o ano. Em 2014, com os 7% de reajuste previsto, o valor será de R$ 2.415,89.

A Apeoesp entende que o reajuste não representa ganho real. "Pelo menos demonstra que (a política) não vai ficar congelada, mas o problema é o porcentual. Os dois pontos são vergonhosos", diz a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha. "Não houve compensação da inflação do ano passado e de 2011. Teria de ser, no mínimo, 12% neste para se falar em ganho real."