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Em meio a confusão, sindicato de professores estaduais encerra greve

Lucas Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

10/05/2013 16h35Atualizada em 10/05/2013 18h43

Em meio a confusão durante assembleia nesta sexta-feira (10), a Apeoesp (sindicato dos professores) suspendeu a greve da rede estadual de São Paulo. A resolução foi tomada em manifestação na avenida Paulista, que reuniu cerca de mil pessoas, de acordo com a PM. 

Apesar da maioria dos professores presentes na assembleia votarem pela permanência da greve, iniciada no dia 22 de abril, a presidente de Apeoesp, Maria Izabel Noronha, anunciou o fim da paralisação. Após o anúncio, parte dos docentes se revoltou contra a sindicalista. 

Os manifestantes chegaram a tomar as três faixas da avenida Paulista, no sentido Consolação, e começaram a lançar latas, papéis e garrafas de plástico no carro de som do sindicato, que ficou encurralado. Houve confronto e a polícia militar interveio.

Em seguida, o carro de som desceu uma das laterais do Masp, mas a altura do veículo impossibilitou a passagem embaixo de um viaduto em direção à avenida 9 de Julho. A presidente do sindicato teve de ir a pé e pegar um táxi. Em entrevista ao UOL, Maria Izabel Noronha negou que tenha decidido contrariamente ao resultado da assembleia.

No confronto, quatro policiais ficaram feridos levemente. Dois manifestantes foram detidos, um sob acusação de agredir policiais e outro por ter tentado fazer uma fogueira na avenida Paulista. Os detidos foram levados para a 78° DP (Distrito Policial).

Reunião com secretário

O fim da greve acontece após uma reunião da Apeoesp com o secretário de Educação Herman Voorwald hoje pela manhã. Na conversa, ficou acordado que os docentes receberão pelos dias parados caso seja feita a reposição. Também ficou acertada a retomada de negociações salariais em agosto, segundo a secretaria estadual de São Paulo.  

Reajuste salarial

Entre as reivindicações da categoria estão o aumento salarial de 36,74% e a implementação de uma lei nacional, que prevê que 33% da jornada de trabalho dos professores seja destinada à preparação de aulas e à formação continuada.

A proposta de reajuste do governo, em projeto na Assembleia Legislativa, é de 8,1% neste ano. Além disso, a secretaria da Educação afirma que a rede prevê desde 2012 que 1/3 da jornada do professores seja de atividades extraclasse. Segundo nota enviada pela assessoria, os professores de jornada de 40 horas semanais têm 32 aulas de 50 minutos e o restante do tempo para outras atividades.