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Apenas 18,5% dos candidatos passam na primeira tentativa no Exame da OAB

Do UOL, em São Paulo

22/08/2013 09h41Atualizada em 22/08/2013 10h52

Apenas 18,53% dos candidatos inscritos nas oito edições entre 2010 e 2012 do Exame de Ordem da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) foram aprovados na primeira vez que prestaram o exame.

Nesse período, a OAB registrou 892.709 inscrições, sendo 361.110 de candidatos diferentes. Destes, 66.923 foram aprovados na primeira tentativa (18,53%). Outros 81.689 (22,6%) candidatos tiveram de prestar o exame mais de uma vez até conseguirem a aprovação.

As informações foram divulgadas pela FGV Projetos, responsável pela aplicação do exame, nesta quinta-feira (22). Os dados foram obtidos com números oficiais da OAB. Não foram publicados dados dos exames realizados neste ano. 

No total dos oito exames, foram aprovados 148.612 candidatos (41,15%). Destes, 416 só conseguiram passar na prova após as oitos tentativas. Confira a distribuição abaixo: 

  • 66.923 candidatos foram aprovados na 1ª tentativa
  • 34. 635 candidatos foram aprovados na 2ª tentativa
  • 21. 619 candidatos foram aprovados na 3ª tentativa
  • 13.931 candidatos foram aprovados na 4ª tentativa
  • 6.985 candidatos foram aprovados na 5ª tentativa
  • 2.812 candidatos foram aprovados na 6ª tentativa
  • 1.291 candidatos foram aprovados na 7ª tentativa
  • 416 candidatos foram aprovados na 8ª tentativa

Professores apontam problemas no 11º Exame

A primeira fase do 11º Exame Unificado da OAB foi realizada neste domingo (18). Após realizarem a correção da prova, professores de cursinhos especializados identificaram problemas em 12 questões. Os itens passíveis de recurso são: 3, 5, 8, 22, 42, 43, 43, 44, 45, 65, 67 e 78 (da prova amarela).

De modo geral, os professores consideraram que a primeira fase do 11º Exame apresentou um nível de dificuldade maior do que a edição anterior.

"Em algumas disciplinas a FGV exagerou um pouco na cobrança dos conteúdos e apresentou algumas questões mal formuladas", destacou a professora Nathália Masson, professora de direito constitucional da LFG.

"O maior equívoco em direito constitucional, por exemplo, foi cobrar assuntos, nos quais os fundamentos estavam na Constituição, mas eram pertinentes a outras disciplinas. Isso representa um descuido na limitação dos temas da prova."

Darlan Barroso, diretor pedagógico dos cursos preparatórios para o Exame de Ordem do Damásio Educacional, acrescenta que as questões estavam longas e a prova apresentou temas novos, que não haviam sido cobrados em provas anteriores. "Acho que o número de aprovações será menor do que na 10ª edição. Deve ficar na média entre os aprovados do 9º e do 10º Exame."

Reserva de mercado 

O estudante formado em direito pode atuar em diversos cargos jurídicos, mas a possibilidade de advogar só é conquistada com a aprovação no Exame de Ordem Unificado. Criado inicialmente como uma alternativa para quem não fazia estágio, o Exame hoje é questionado por quem acredita que, da forma como a prova é aplicada, a OAB estaria fazendo uma verdadeira reserva de mercado

"O Exame é uma reserva de mercado de quem já está inscrito. Inicialmente, ele só dificultava a entrada da concorrência, mas com o passar do tempo passou a ser uma fonte de renda para a OAB que não é fiscalizada", diz Reynaldo Arantes, presidente do Movimento dos Bacharéis de Direito, que com apoio de outros dois grupos, o Movimento em Defesa do Fim do Exame da OAB e o Movimento Bacharéis em Ação, tentam articular o fim da aplicação da prova pela entidade.

Ao lado deles está o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), autor de um projeto de lei que deve ser votado ainda este ano na Câmara e prevê a substituição do Exame por um estágio supervisionado após a graduação. Segundo Cunha, seria um tipo de residência jurídica. Hoje, ao todo, são 21 projetos de lei tramitando na Câmara propondo mudanças na prova. Cinco deles pedem o fim do Exame.