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EAD é "boa oportunidade", diz operador de máquina que faz administração

Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal

05/09/2013 10h58

A expectativa é grande para a colação de grau que deve acontecer em fevereiro de 2014. O operador de máquinas do Demlurb (Departamento Municipal de Limpeza Urbana) de Juiz de Fora, Luiz Carlos Figueiredo, 33, está quase se formando em Administração Pública, graduação cursada pelo ensino a distância na UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora).

Para terminar o curso, o esforço é superar o cansaço diário. E, nesse tempo da graduação, ele ainda enfrentou um acidente no serviço e problemas de saúde na família.

Há 10 trabalhando na limpeza urbana, Luiz Carlos sempre teve vontade de conhecer melhor as técnicas administrativas do serviço público. Correu para terminar o ensino médio quando ficou sabendo, pela TV, que poderia cursar a graduação na UFJF. “Até então, as pessoas não acreditavam na qualidade do ensino a distância. Devido às novas tecnologias, a difusão desse ensino foi grande e com mais credibilidade. É uma boa oportunidade”, afirma.

Com apoio dos familiares, o morador de Juiz de Fora conseguiu a aprovação e enfrentou quatro anos de sala de aula virtual. “Eu geralmente levanto 5h15 e saio 6h para trabalhar. Nos dias em que me apresento no polo para fazer trabalho ou orientação - três vezes por semana – vou direto do serviço e chego em casa em torno das 10 [horas] da noite. Às vezes saio para fazer pesquisa na biblioteca da UFJF ou na municipal. Daí vou conciliando com o chefe para flexibilizar o horário”.

Luiz Carlos destaca o apoio dos tutores e coordenadores do curso durante três momentos difíceis da graduação. Ele teve um acidente no trabalho durante um processo de incineração de lixo, quando foi atingido por um produto inflamável com mistura de gasolina e querosene. Os resultados foram várias queimaduras de segundo grau e braços enfaixados por quase três meses, tempo que ficou fora da plafatorma de estudo.

Em 2011, também precisou se afastar temporariamente das aulas online porque acompanhou o tratamento de câncer da mãe. “Fiquei buscando recurso para ela, mas ela veio a falecer. Nessa hora a gente esfria a cabeça e busca inspiração”, desabafa Luiz Carlos. Em 2012, a companheira do estudante teve uma gravidez complicada e a família precisou passar um tempo em Belo Horizonte até o nascimento do bebê. “Recebi só palavras de ânimo da equipe de professores. Mesmo da capital, eu mandava mensagens sobre os trabalhos acadêmicos”, conta. 

Logo após a colação de grau, ele pretende fazer especialização em Gestão Pública e estudar para concurso. “É muito importante quando se almeja algo ter o esforço, superar entraves e dificuldades", filosofa. 

Outras histórias

A pedagoga Luciana de Lima Santana, 32, não poderia imaginar que nove anos depois de um grave acidente de carro que a deixou tetraplégica, ela estaria trabalhando como educadora e cuidando pessoalmente dos detalhes da formação da filha, de 12 anos. A tragédia alterou radicalmente a vida de Luciana, mas a mudança mais importante, classificada por ela, foi conquista do curso superior a distância pela UFJF em 2011. 

A segunda graduação de Marlene Simões, 48, foi de pedagogia. E a distância. Moradora de Guapé, um pequeno município mineiro a cerca de 300 km de Belo Horizonte, ela optou pelo EAD (ensino a distância) com a intenção de suavizar a rotina de estudante. O polo de Ilicínea, em que ela fazia algumas aulas e as provas, fica a 30 km da sua cidade. E o seu diploma é da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), que reúne atualmente 3.700 alunos na modalidade a distância.