Aluno de MS com a 3ª melhor nota no Enem decide fazer curso longe de casa
O estudante Guilherme Ishikawa Migueis, 18, de Campo Grande, teve a terceira melhor nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2013. Com 856,84 pontos, ele fez a matrícula por meio do Sisu (Sistema de Seleção Unificada) no curso de medicina da UFPR (Universidade Federal do Paraná), em Curitiba, a 780 quilômetros de sua casa.
Com a nota alcançada, o candidato poderia ingressar no curso de medicina da UFMS, em Campo Grande mesmo, mas preferiu o desafio de morar longe dos pais. “Poderia ser aqui também, mas a UFPR sempre esteve em meus planos. Estudar longe de casa envolve muitas escolhas. Precisarei abdicar do conforto e da facilidade de morar com minha família se quiser aproveitar a oportunidade de estudar em um dos mais conceituados cursos de medicina do país”, argumentou.
O estudante disse ter encarado o Enem por três vezes. “Mesmo com a experiência, não tem como enfrentar essa prova com plena tranquilidade, já que em apenas dois dias tive que 'fazer valer' todo um ano de estudos”, disse.
Guilherme Migueis contou que na primeira vez que fez o Enem foi no segundo ano do ensino médio e que acertou 144 das 180 questões.
Já no segundo exame, o estudante teve 156 acertos e 800 pontos na redação, pontuação que o credenciou para os cursos de medicina na Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) e na UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso). "Optei por fazer novamente o Enem, no qual eu consegui 163 questões e 980 pontos na redação”, afirmou.
Migueis disse ter ficado apreensivo até o dia do resultado do Enem. “Após corrigir a prova fiquei confiante de que teria uma boa nota, porém a expectativa mesmo era com relação à redação. Como ela tem grande peso e seu critério de correção envolve certa subjetividade, existe uma certa insegurança com relação à nota, apesar de todo o preparo”, revelou o estudante.
UFPR ou USP
Migueis ainda aguarda o resultado dos exames que fez na USP (Universidade de São Paulo) e Unifesp (Universidade Federal de São paulo) e disse que se obtiver êxito em uma das universidades paulistas deva enfrentar “uma decisão difícil pela frente”. No caso, ele ficaria na dúvida: UFPR ou USP.
Quanto a opção pela medicina, ele afirmou que o interesse pelo curso surgiu por meio de conversas com médicos e amigos já integrantes do curso. “Na verdade vou ser o primeiro médico da família. Hoje, os campos de oftalmologia e cirurgia são os que me chamam a atenção, mas a decisão mesmo virá com a experiência dentro do curso”, é a aposta do rapaz.
Rotina de estudos
O bom desempenho do rapaz, filho de bancário e uma servidora pública, teve um custo: a rotina de estudos que durou dois anos. “A minha rotina durante a semana era estudar das 7 às 21 horas, tempo esse que incluía escola, estudos e cursos paralelos, mas aos finais de semana deixava livres as noites para relaxar. O tempo livre era dividido entre amigos, violão, computador”.
Migueis contou também que sempre gostou da área de exatas, tanto que foi duas vezes medalhistas ao participar do Programa de Iniciação Científica ofertado pelo CNPq na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Ele admitiu, contudo, ter enfrentado dificuldades em duas disciplinas: “O problema mesmo foi com sociologia e filosofia. Mas, mesmo assim, não dá para deixar de lado e não estudar".
Ler muito é um dos conselhos que Migueis destina aos alunos que se preparam para o próximo Enem. “Certamente uma rotina de estudos é essencial, mas é preciso ir além. Buscar por leituras complementares como, por exemplo, artigos de revistas ajuda não só com a atualização do candidato, mas também com uma nova perspectiva e novos modelos de escrita que farão a diferença na hora da redação”, orientou o estudante.
Embora não tenha escrito nada sobre o tema da redação do Enem, Migueis revelou o por que se deu bem ao alcançar a nota 980. “Para alcançar esse resultado, treinei muito, chegava a fazer quatro redações por semana. Ao longo do ano, não escrevi especificamente sobre a Lei Seca, mas com minha preparação isso acabou não sendo um problema. Comecei traçando um panorama geral da situação, para a partir daí começar a desenvolver o tema”, disse.
Migueis revelou ter estudado do sexto ano até o segundo ano do ensino médio num colégio militar, já o terceiro, numa escola particular. “A aplicação nos estudos começou bem cedo, com o incentivo e a participação dos meus pais, o que acredito que tenha feito toda a diferença”, disse o estudante.
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