Sonhar grande
Em 2007, um grupo de empresários bem-sucedidos fundou o Instituto ProA. Eles acalentavam o sonho de ajudar jovens com poucas oportunidades a transformarem suas vidas. Desde então, mais de 2.800 jovens de famílias de baixa renda e oriundos de escolas públicas da Grande São Paulo passaram pelo ProA.
Como resultado, 78% desses jovens estão empregados e 51% estão no ensino superior – uma média elevada em relação aos jovens de 20 a 24 anos no país. Mais ainda, após a conquista do primeiro emprego, há a perspectiva de aumento de mais de 55% na renda familiar.
A metodologia desenvolvida pelo ProA abrange um curso semestral, gratuito e inovador para jovens que concluíram o ensino médio e são aprovados em processo seletivo. A formação se dá em quatro eixos: aprendizado técnico, desenvolvimento das capacidades comportamentais, repertório cultural e preparação efetiva para o mercado de trabalho.
Com idades entre 17 e 19 anos, os alunos compreendem valores como comprometimento, eficiência, inovação e meritocracia e são incentivados a planejar a vida e a sonhar grande. Após o curso, os jovens ainda são acompanhados durante três anos, por meio de dinâmicas de coaching e mentoring.
Os bons resultados do ProA indicam uma ampliação do programa para outras cidades. Representantes do Instituto também realizam reuniões com o Ministério da Educação e com a Secretaria de Inovação do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, no sentido de colaborar para a estruturação do ensino técnico e reforma do ensino médio.
Ser diretor de um grande banco
Guilherme Felipe Godoy Rolim, 20 anos, começou a trabalhar aos 15 anos em uma oficina mecânica perto de casa, na Parada de Taipas, subdistrito de Pirituba, na cidade de São Paulo. Seu sonho, então, era ter a própria oficina.
Hábil com exatas, ele assumiu funções administrativas no emprego e se identificou com a área. Ainda em dúvida sobre a vocação, fez um curso online de Empreendedorismo Digital e decidiu-se por Administração de Empresas. Chegou ao Instituto ProA logo após concluir o ensino médio.
Na metodologia do ProA, os alunos desenvolvem soluções em equipe para situações reais das empresas. Guilherme ingressou no grupo que trabalhava no caso dos aprendizes do Insper, instituição de ensino superior em São Paulo.
Terminado o curso, Guilherme foi contratado pela Getnet, empresa especializada em meios eletrônicos de pagamento, na área de logística. Três meses depois, foi chamado para ser estagiário de Recursos Humanos no próprio Instituto ProA. Em dezembro de 2016, foi aprovado em processo seletivo do maior banco internacional de investimentos, para ser estagiário na mesa de operações.
Guilherme estuda na Fappes – Faculdade Paulista de Pesquisa e Ensino Superior. Obteve 100% de financiamento do Prouni e, agora, sonha ser diretor de um grande banco de investimentos.
Trabalhar no exterior
Caliane Rocha, 21 anos, deixou a cidade natal de Ponto Novo (BA) aos 15 anos. Em busca de estudo e trabalho, escolheu morar com sua avó em São Paulo (SP). Assim que chegou, tomou um choque de realidade, pois oportunidades caminham juntas com competição e exigências, o que dificulta a conquista do primeiro emprego.
Uma visita do Instituto ProA à escola em que Caliane cursava o ensino médio aguçou a curiosidade dela para conhecer o programa de capacitação profissional e se inscrever no processo seletivo.
Na segunda entrevista de emprego, logo depois de formada no Instituto ProA, ela foi contratada pela Fundação Lemann, que trabalha para a melhoria da educação pública e para formar líderes focados em impacto social. Começou como auxiliar de administração. Foi promovida e hoje exerce o cargo de analista financeira.
Caliane está no terceiro ano do curso de Administração da Faculdade São Judas, onde obteve bolsa de 100% do Prouni. Também estuda inglês e sonha em ter uma experiência internacional de trabalho.
* Homenagem a Engel Paschoal (7/11/1945 a 31/3/2010), jornalista e escritor, criador desta coluna.
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