Lobisomem - Homem atacado por lobo
Esse é um mito universal, presente no folclore de muitos países. Desde a Grécia antiga, ele é conhecido. Por isso, há sinônimos para lobisomem no grego ("licantropo") e no latim ("versiopelius"), bem como em línguas modernas: francês ("loup-garrou"), inglês ("werewolf" ou "wolfman") e espanhol ("lobisón"), por exemplo.
No Brasil, há diversas versões sobre o que leva um ser humano a se transformar em lobisomem. Alguns dizem que se trata de um homem que foi atacado por um lobo e não morreu. A contaminação pelas presas do animal faz com que a vítima passe a se transformar em lobo nas noites de lua cheia.
Outros acreditam que o lobisomem é o sétimo filho de uma mulher que, anteriormente, só teve filhas. Outros ainda dizem que o lobisomem é o filho ilegítimo que uma mulher e um padre geraram. Também há versões que falam de filhos de compadre e comadre ou de padrinho e afilhada.
Quando criança, o lobisomem é um menino magrinho, pálido, com as orelhas compridas. Ao completar 13 anos, as transformações começam a acontecer, nas noites de terça ou sexta-feira. Ele sai à noite e vai até uma encruzilhada, onde vira uma mistura de homem e lobo e uiva para a lua. Nessa noite, ele tem de visitar sete locais da região: sete igrejas, sete vilas e sete encruzilhadas. Por onde passa, assusta os cachorros e apaga as luzes das ruas e das casas.
Para se proteger do lobisomem, a pessoa deve rezar três Ave-Marias. As lendas brasileiras não mencionam as balas de prata tão comuns nos filmes de terror norte-americanos. Para quebrar o encanto, é preciso bater forte na cabeça do monstro. Antes de o galo cantar, porém, o lobisomem volta ao lugar de onde partiu e se transforma outra vez em homem.
Segundo o folclorista Luís da Câmara Cascudo, o mito possivelmente teve origem em rituais religiosos da Antiguidade, em que sacerdotes vestiam peles de lobo, um animal que algumas tribos consideravam sagrado.
Transformações de homens em outros animais que não o lobo também são comuns no folclore de vários países e até de tribos indígenas brasileiras. Um caso interessante é o do capelobo, de índios da região norte do Brasil. Trata-se de um animal com corpo humano, coberto de pelos, e a cara de anta ou de tamanduá-bandeira.
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