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Saci - Um duende brasileiro

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

(Atualizado em 15/08/2013, às 13h57)

O mito do Saci ou Saci Pererê data do fim do século 18 ou início do século 19, segundo o folclorista Luís da Câmara Cascudo. Está presente em muitas regiões do Brasil, desde o Amazonas ao Rio Grande do Sul. Saci é uma palavra tupi e pode ser usado como substantivo próprio ou comum.

Há muitas variantes ou versões do personagem. Em algumas, o Saci é considerado um ser brincalhão, enquanto que em outras ele é visto como uma criatura do mal. Sua figura, no entanto, é sempre semelhante: um menino negro, de uma perna só, que fuma cachimbo e usa um gorro vermelho.

Para alguns, é justamente este gorro que lhe dá poderes mágicos. Entre outros, o poder de desaparecer e aparecer quando quiser. O Saci gosta de travessuras e se diverte espantando cavalos, ou trançando-lhes a crina, queimando a comida e acordando as pessoas com gargalhadas.

Também gosta de esconder brinquedos e derramar sal nas cozinhas. Ele não atravessa córregos nem riachos. Se alguém for perseguido por um saci, deve jogar cordas com nós em seu caminho, pois ele vai parar para desatar os nós.

Dizem que os sacis viajam no interior de redemoinhos de vento. Se alguém jogar no redemoinho um rosário ou uma peneira, pode capturá-lo. Se conseguir tomar sua carapuça, vai realizar um desejo.

Na origem do mito do Saci encontram-se alguns pássaros, capazes de enganar os homens com seu assobio, pois, como ventríloquos, essas aves seriam capazes de projetar sua voz, de modo que quem o escuta não sabe ao certo onde ele está. Entre outros pássaros, o Saci é identificado com o Sem-fim (Tapera naevia). Também pode ser o Mati-taperê ou Matita-Pereira ou ainda Matintapereira(Cuculus cornutus).

Este último faz parte de algumas crenças indígenas, segundo as quais os pajés ou feiticeiros se transformam nesse pássaro para se transportar de um lugar a outro e levar a cabo uma vingança.

No Estado de São Paulo e no município de Vitória, por leis locais, o 31 de outubro é o dia do Saci, que busca transformar num evento mais brasileiro o dia das bruxas ou halloween, do folclore norte-americano.

O Saci Pererê também se transformou em personagem nos livros de Monteiro Lobato e em histórias em quadrinhos, no traço bem humorado de Ziraldo, o conhecido autor de "O Menino Maluquinho".