Brasileiro ganha vaga na Royal Academy of Music, mas não tem dinheiro para viver em Londres
O violonista Plínio Fernandes, 18, de Itanhaém (106 km de São Paulo), foi aceito pela Royal Academy of Music, mais antigo conservatório musical da Inglaterra, como aluno da instituição – o único brasileiro aprovado para os cursos que começarão no fim do verão britânico, em setembro.
Até lá, o jovem tentará resolver um problema: como pagar as 18 mil libras anuais (cerca de R$ 57 mil) referentes à faculdade de violão clássico, com quatro anos de duração. Isso afora as despesas de moradia, alimentação, locomoção e atividades culturais de que pretende participar.
Filho e neto de músicos, Fernandes nasceu em São Bernardo do Campo (19 km de São Paulo) e, há 12 anos, mora com a família em Itanhaém, no litoral sul do Estado. Aos sete, aprendeu a tocar violão com o pai. Com dez, foi solista convidado da Orquestra de Campo Grande. Adolescente, apresentou-se no exterior e durante anos estudou em São Paulo.
Um de seus professores, o também violonista Fábio Zanon, é pós-graduado na Royal Academy, da qual é docente convidado. Incentivado por Zanon, Fernandes enviou à academia um vídeo no qual tocou uma canção holandesa (“Fantasia nº 6”, de Gregorio Huwet) e duas espanholas (“Variações sobre a Flauta Mágica”, de Fernando Sor, e “Fandango”, de Joaquín Rodrigo).
“Enviei hoje (31) o último documento para confirmar minha participação no curso. Será inviável ir por minhas condições financeiras, pois o custo de vida em Londres é alto. Espero apoio, tanto de instituições privadas quanto públicas”, disse Fernandes, que já antevê a pós-graduação e manifesta o desejo de seguir carreira internacional como músico.
O gestor público Edgard da Silva, pai de Plínio Fernandes, orgulha-se em afirmar que outro professor do filho foi Henrique Pinto (1941-2010), um dos grandes mestres de violão erudito no país.
“Ele [Fernandes] poderia escolher [conservatórios na] Holanda, Alemanha, Nova York [Estados Unidos]. Foi ousado e se dedicou para chegar ao maior, em Londres. Mas, apesar de sua facilidade e seu talento para a música, ele tem algo muito importante: a humildade, importante na carreira de música erudita”, disse Silva, que, sorrindo, define a família como de “classe média-média”.
A instituição
Fundada em 1822, a Royal Academy of Music pertence à Universidade de Londres desde 1999. Tem como patrona a rainha Elizabeth 2ª, e a família real britânica costuma assistir aos concertos promovidos pela academia.
Por ano, estudam na Royal Academy cerca de 700 alunos de mais de 50 países, matriculados em 20 diferentes cursos de música.
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