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Lojas fecham após fim da Gama Filho, e cerca de 50 pessoas perdem emprego

Regina administrava uma cafeteria no Shopping Gama Filho, dentro do campus Piedade, no Rio - Reprodução/Facebook
Regina administrava uma cafeteria no Shopping Gama Filho, dentro do campus Piedade, no Rio Imagem: Reprodução/Facebook

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

05/02/2014 06h00

As 18 lojas que funcionavam no Shopping Gama Filho, situado dentro do campus da Universidade Gama Filho no bairro de Piedade, na zona norte do Rio de Janeiro, encerraram ou suspenderam as suas atividades em razão do descredenciamento da instituição, anunciada no mês passado pelo MEC (Ministério da Educação).

O relato é da comerciante Regina Moreira, 47, que administrava uma cafeteria no local. "Quem dependia daquilo está falido. (...) Eram 18 lojistas, e quem não fechou a empresa teve que suspendê-la porque o shopping foi fechado. Aquele era o único lugar que alunos, professores e funcionários tinham para almoçar, mas hoje está deserto. Nada funciona", disse.

Regina contou ao UOL que os comerciantes que atuavam dentro do campus da Gama Filho "resistiram bem" às três greves realizadas no ano passado, quando a instituição já enfrentava graves problemas financeiros. A quarta paralisação teve início no fim de 2013 --os salários não estavam sendo pagos desde o mês de outubro-- e culminou com o descredenciamento.

"A gente estava suportando bem essa situação. Suportaríamos essa quarta greve não fosse o fechamento. Pelo menos uns 50 funcionários acabaram sendo demitidos. Só na minha loja, foram sete pessoas que perderam o seu sustento. São sete famílias desamparadas", afirmou.

SOLIDARIEDADE

Para garantir que os funcionários demitidos tivessem o que comer, Regina disse ter utilizado alimentos da cafeteria para preparar e doar cestas básicas. "Contribuímos com leite, açúcar, entre outras coisas", disse

"Não foi só o shopping. Todo o bairro vivia pela Gama Filho, que movimentava a economia da região. Muita gente faliu ou está falindo", completou Regina, que trabalhava no interior da UGF há quatro anos. "A cafeteria era o meu projeto de vida, o meu sonho. Larguei o mercado de trabalho para investir nisso. Eu estava indo muito bem", disse.

A comerciante declarou ainda ter esperança de que o shopping volte a funcionar caso a instituição sofra uma intervenção do MEC ou passe por processo de federalização, conforme reivindicam alunos, professores e funcionários. No entanto, Regina afirma já estar de olho no mercado de trabalho a fim de conseguir uma recolocação. "Já estou correndo atrás de outras coisas. Não dá para ficar esperando", disse.

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