UNE pede que MPF investigue notas do Enem após erro em correção
Resumo da notícia
- UNE quer saber se notas "estão condizentes com o desempenho" dos estudantes
- Organização estudantil também quer que conduta de Weintraub seja investigada
A UNE (União Nacional dos Estudantes) pediu hoje que o MPF (Ministério Público Federal) investigue se as notas da edição deste ano do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) estão "condizentes com o desempenho" dos estudantes na prova. O pedido foi feito em razão de o MEC (Ministério da Educação) ter identificado erros que afetaram a pontuação de parte dos 4 milhões estudantes que participaram do exame.
Segundo o ministério, houve "inconsistência" na correção dos gabaritos —na prática, candidatos que fizeram a prova de uma cor tiveram o gabarito corrigido como se fosse de outra.
As provas são impressas em quatro versões, identificadas por cores: amarela, azul, branca e rosa. As questões são as mesmas, apenas a ordem de apresentação delas é invertida para dificultar que um candidato copie as respostas de outro. Oficialmente, o governo calcula que o problema atingiu menos de 9 mil candidatos.
Segundo o ministro da Educação, Abraham Weintraub, a falha aconteceu na gráfica que imprimiu o exame. O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão do MEC responsável pelo Enem, encerrou o prazo para recebimento de reclamações dos candidatos.
Para a UNE, que assina o pedido junto com a Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), "está em jogo interesse federal relacionado ao direito à educação e dignidade dos estudantes brasileiros".
No documento, a UNE pede que também seja aberto um inquérito para averiguar a conduta de Weintraub e do presidente do Inep, Alexandre Lopes.
A petição cita recomendação do TCU (Tribunal de Contas da União) que liberou o governo para contratar a empresa Valid sem licitação —ela foi responsável pela impressão das provas porque a RR Donneley, outra empresa que imprimira o Enem nos anos anteriores, decretou falência no ano passado.
O texto critica a forma que o governo contratou a empresa: "qualquer serviço público, independente de sua modalidade, será prestado diretamente, ou sob regime de concessão ou permissão. E em qualquer dos casos, quando não realizado diretamente, mediante prévia licitação".
Procurados pelo UOL, o ministério e o Inep não se manifestaram até o momento.
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