Bolsonaro diz que Enem pode atrasar, mas deve ser aplicado ainda este ano
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje que a aplicação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) pode ser atrasada caso haja necessidade, mas deve ser feita ainda este ano.
"Estou conversando com o (Abraham) Weintraub (ministro da Educação). Se for o caso atrasa um pouco, mas tem que ser aplicado esse ano", disse Bolsonaro em entrevista coletiva na portaria do Palácio Alvorada nesta manhã.
Procurado pelo UOL, o MEC (Ministério da Educação) informou que "acompanha diariamente o assunto para avaliações necessárias", mas que até o momento a data do Enem não foi alterada.
A realização do exame se tornou um tema polêmico diante da pandemia do novo coronavírus, que cancelou aulas e afetou as rotinas de estudantes por todo o Brasil. Para muitos, a decisão correta seria adiar a prova, marcada para novembro. As inscrições já estão abertas e o prazo vai até as 23h59 do dia 22 de maio.
O Enem é a principal porta de entrada para o ensino superior no país. Com a nota obtida no exame, é possível se inscrever no Sisu (Sistema de Seleção Unificada), que oferece vagas em universidades públicas, no Prouni (Programa Universidade para Todos), que dá bolsas em instituições particulares, e no Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), que oferece financiamento para cursos superiores privados.
Um grupo de dez universidades do Rio de Janeiro, incluindo a UFRJ, chegou a assinar uma carta direcionada ao MEC propondo o adiamento.
Já um relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) apontou que alunos do ensino médio podem ser prejudicados no Enem deste ano por causa da pandemia.
Estudantes ouvidos pelo UOL expressaram a mesma preocupação, alegando estarem "totalmente perdidos" com o cancelamento das aulas, e argumentando por uma prova do Enem em janeiro de 2021, quando outras faculdades (como a USP) também realizam vestibulares.
'Quem não quiser trabalhar, que fique em casa'
Bolsonaro avaliou que devem ficar em casa no período de isolamento social as pessoas que não quiserem trabalhar. "O povo tem que voltar a trabalhar. E quem não quiser trabalhar, que fique em casa. Ponto final", disse.
De acordo com o levantamento mais recente, o Brasil tem 12.461 mortes provocadas pelo novo coronavírus, registradas em mais de mil cidades no país. São 178,2 mil infectados ao todo.
'Vão cair do cavalo sobre o vídeo'
Durante a entrevista, Bolsonaro voltou a se manifestar sobre o vídeo da reunião ministerial, ocasião na qual teria tentado interferir na Polícia Federal, segundo acusação do ex-ministro Sergio Moro.
"Vão cair do cavalo sobre o vídeo. Eu não falo polícia federal, não existe a palavra federal em todo o vídeo", alegou o presidente. "Não existe a palavra superintendência. Não existe a palavra investigação sobre filhos", declarou.
Discussão para ampliação do uso da cloroquina
O presidente disse ainda que vai discutir a ampliação do uso da cloroquina em pacientes com covid-19 com o ministro da Saúde, Nelson Teich. Mesmo dizendo que a eficácia ainda não foi comprovada, ele afirmou que o uso do medicamento contra o novo coronavírus tem que ser pensado de forma emergencial.
"Vai ser discutido hoje com o ministro. O meu entendimento, ouvindo médicos, é que ela deve ser usada desde o início para quem está no grupo de risco, pessoas com comorbidades, com idade...", disse.
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