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Covas anuncia volta das aulas no ensino médio em 3/11 para a capital

Allan Brito, Ana Carla Bermúdez e Rafael Bragança

Do UOL, em São Paulo e Colaboração para o UOL, em São Paulo

22/10/2020 12h26Atualizada em 22/10/2020 15h07

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), anunciou hoje a retomada das aulas regulares na cidade apenas para o ensino médio, que poderá voltar a partir de 3 de novembro. Já os ensinos infantil e fundamental terão que esperar uma nova autorização da Prefeitura.

O retorno vale para as redes municipal, estadual e privada de escolas da capital. A medida, no entanto, deve afetar mais as escolas estaduais e particulares, já que a Prefeitura tem apenas 8 escolas que oferecem o ensino médio na capital. A volta será voluntária para os pais e alunos.

O anúncio foi feito junto à divulgação dos resultados de um censo sorológico realizado com alunos e professores da rede municipal de ensino. O levantamento mostrou que 13,2% dos estudantes, docentes e profissionais ligados à educação já foram contaminados pelo novo coronavírus.

Em entrevista coletiva virtual, o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, afirmou que os resultados dos inquéritos sorológicos realizados pela Prefeitura mostram uma alta taxa de assintomáticos entre os alunos (70%), baixa taxa de contaminação entre os professores (7%) e "expressivo" número de estudantes que moram com idosos (25%) —dados que, segundo ele, baseiam a recomendação para que sejam mantidas apenas atividades extracurriculares para crianças de até 14 anos.

"Na realidade, a faixa etária acima de 14 anos a 19 anos já é população que está circulando na cidade, sobretudo porque parte dela trabalha", disse o secretário. Na avaliação dele, a volta dos alunos do ensino médio para as salas de aula "não teria impacto na transmissibilidade [do coronavírus] no município".

Segundo a secretaria municipal de Educação, para o retorno presencial dos alunos do ensino médio será seguido o limite de ocupação estabelecido pelo Plano São Paulo. Hoje, esse limite é de 35% dos alunos. Mas, caso mais de 60% do estado permaneça na fase verde do plano de flexibilização da economia até o dia 23 de outubro, há previsão de que as escolas passem a ter autorização para receber até 70% dos estudantes.

Acolhimento e avaliação diagnóstica

Com a autorização da Prefeitura, as atividades letivas presenciais podem ser retomadas no ensino médio desde que respeitados os protocolos de biossegurança e distanciamento entre alunos e professores. Também deve haver um limite de ocupação nas salas de aula.

Segundo Covas, as primeiras providências a serem retomadas na volta desses alunos para as escolas serão o acolhimento e a realização de uma avaliação diagnóstica, "para poder medir o que foi assimilado durante esse período e definir em conjunto com as redes as estratégias de reforço pedagógico".

O prefeito disse ainda que, na rede municipal, só voltarão às salas de aula os professores que já foram infectados pelo coronavírus e, por isso, já estariam "imunizados". A análise dos professores que poderão retornar às atividades presenciais será feita a partir dos resultados do censo sorológico.

Desde 7 de outubro, colégios públicos e privados da capital paulista podem receber alunos presencialmente, mas apenas para a realização de atividades extracurriculares (como aulas de dança, línguas ou música, por exemplo) e de acolhimento.

A adesão a essa reabertura foi baixa na rede municipal. Cerca de 15 das 4.000 escolas da rede voltaram a receber seus alunos até o momento.

Próxima reavaliação será em novembro

A Prefeitura anunciou que no dia 19 de novembro fará uma nova avaliação da possibilidade de retorno de mais alunos e professores. A data cai quatro dias após o primeiro turno das eleições municipais, marcado para 15 de novembro. Covas é candidato à reeleição na capital.

"No dia 19 de novembro, com base na segunda fase do censo sorológico, e com evolução da pandemia em São Paulo, teremos nova coletiva para anunciar o que acontece e o que fica autorizada em São Paulo na área da educação, a partir do dia 1º de dezembro", afirmou o prefeito paulistano.