Sem Enem, pobre não vai ter vaga na universidade no 1º semestre, diz Lopes
O presidente do Inep, Alexandre Lopes, disse hoje durante o UOL Entrevista que, sem o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), os mais pobres não terão vaga na universidade no 1º semestre do ano. A conversa foi conduzida pela repórter Ana Carla Bermúdez e pelo colunista Chico Alves, do UOL.
"O adiamento da prova significa a perda do acesso no primeiro semestre de 2021", disse ele ao comentar sobre a data escolhida para o Enem. "O jovem mais vulnerável que concluiu o ensino médio em 2020, precisa da prova para poder acessar Prouni, SISU e FIES. Sem as notas, ele está fora do processo seletivo".
O presidente do Inep ainda ressaltou que, sem a realização da prova, quem cursaria o primeiro semestre nas universidades privadas são aqueles com condições de pagar. "Seria um aprofundamento muito grande das desigualdades. Como esse jovem [em vulnerabilidade] pode acessar o primeiro semestre de 2021? Fazendo o Enem, por isso ele é muito importante".
O Enem será aplicado em todo o Brasil na versão impressa, nos dias 17 e 24 de janeiro, e na versão digital, em 31 de janeiro e 7 de fevereiro.
Adaptações do Enem 2020
Segundo Lopes, neste ano foram definidos protocolos de segurança para a realização da prova do Enem. A primeira medida é a antecipação da abertura dos portões —agora, estudantes poderão entrar no prédio 30 minutos antes do habitual.
"O aluno tem mais tempo para chegar e ir ao local de prova. Com isso, diminuímos aglomerações no início da prova", explicou o presidente do Inep. "Se no ambiente da escola o uso de máscara é obrigatório e ele tem que se dirigir diretamente ao local de prova, não vai poder ficar aglomerando".
Outra mudança é na hora da identificação. Agora, o procedimento é realizado do lado de fora da escola "para garantir que só entra na sala a pessoa que realmente vai fazer a prova naquela sala, preservando o trabalho de higienização", disse Lopes.
Dentro do local de prova, os alunos encontram uma marcação no chão que garante o distanciamento entre os candidatos. Cada prova passa por uma higienização "especial", segundo Lopes, antes de chegar nas mãos dos alunos.
"Para as pessoas que têm direito a um atendimento especializado, haverá pessoas esperando na porta para dar o tratamento diferenciado e os levar até as salas especiais de aplicação", enfatizou o presidente do Inep. O atendimento especializado é solicitado no momento da candidatura ao Enem e pode ser usado, por exemplo, por lactantes.
No dia da prova, os estudantes podem levar mais de uma máscara. Álcool em gel será distribuído dentro das escolas e o Inep promete uma limpeza reforçada em áreas comuns, como banheiros e corredores.
"O protocolo do Enem é muito rígido. Se o aluno conversar, será eliminado. Se tirar a máscara, e não for para alimentar ou beber água, será eliminado", ressaltou Lopes. "Estou tranquilo, acho que tomamos todas as medidas necessárias e tenho pleno confiança na equipe técnica do Enem".
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