PF foi ao Inep para vistoriar sala reservada, e não Enem, diz Ribeiro
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou hoje que um agente da Polícia Federal foi ao Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) para "assegurar" que a sala reservada, onde ocorre a montagem do Enem, tivesse "todas as condições" de ser usada, por uma "questão de logística física".
Ribeiro foi voluntariamente à Câmara dos Deputados hoje esclarecimentos a respeito da crise institucional no Inep e as denúncias de interferência no exame.
"A Polícia Federal não foi acompanhar a prova, foi uma questão de logística física. [O agente] viu se não tinha microfone, ponto cego. Essa foi a função da PF", disse o ministro. Segundo Ribeiro, o espaço passou por uma ampliação e, por isso, o policial foi até o local.
Na semana passada, o UOL mostrou que um agente da Polícia Federal foi ao Inep no começo de setembro. O objetivo, segundo denúncias que chegaram aos deputados, seria vistoriar a produção da prova. A visita foi revelada pela revista Veja e, segundo servidores, o agente teria ido ao instituto sem o conhecimento dos responsáveis pelo Afis (Ambiente Físico Integrado Seguro) —que definem as questões e fazem a segurança do exame.
O presidente do Inep, Danilo Dupas, ao ser questionado na semana passada sobre a visita, afirmou que era um "procedimento esperado". Já o ministro, hoje, aproveitou o tema para defender o trabalho da PF e dizer que, para ele, "não tem como questionar a legitimidade da presença de um representante da PF em um órgão federal".
"Se existe um instituição que ajudou a sanear o Brasil em termos de ética, num passado recente, foi a PF. Ela merece toda nossa homenagem e respeito", defendeu Ribeiro.
Fontes ouvidas pela reportagem afirmaram, porém, que a PF não tinha ido até o Inep em edições anteriores para vistoriar a prova. Um servidor do instituto disse que o trabalho da polícia é verificar a gráfica antes da chegada do material.
Gratificação seria um dos motivos por pedido de exoneração, diz ministro
Tanto o ministro, na Câmara, como Dupas, no Senado, reduziram o pedido conjunto de 37 servidores do Inep de exoneração de seus cargos a uma questão trabalhista.
De acordo com eles, a maior parte dos servidores teria deixado seus cargos à disposição por causa de uma situação relacionada ao pagamento da GECC (Gratificação por Concursos e Cursos). Essa gratificação é paga para os servidores que desempenham funções diferentes de suas atribuições.
"Não somos contra o pagamento da GECC, mas a favor de sua correta aplicação, buscando evitar a concentração de pagamento para poucos servidores", disse Dupas.
Segundo o ministro, há servidores que recebiam cerca de R$ 70 mil por ano como gratificação. "Não é um valor irrisório", justifica.
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