Conteúdo da escola fica mais simples, diz medalhista de olimpíada de física
Se para muita gente as fórmulas de física são indecifráveis e alguns exercícios impossíveis de resolver, para estudantes como Giovani Hidalgo Ceotto, 17, as aulas do 3º ano do ensino médio já ficaram fáceis demais.
Medalhista de várias olimpíadas de física e química, ele diz que a preparação para cada disputa é um incentivo para ir mais a fundo na matéria. “Conforme você vai avançando, o conteúdo fica mais simples e é mais difícil de esquecer. Você começa a entender o propósito dos conteúdos e não precisa mais ficar decorando as fórmulas, porque entende de onde elas vieram”, diz.
O interesse pelas exatas surgiu na 8ª série, quando prestou a sua primeira olimpíada de física. Estudou sozinho a partir de vídeos, conteúdos e exercícios encontrados na internet.
Depois da primeira medalha de ouro, ele começou a trocar experiências com outros estudantes em grupos no Facebook e hoje faz parte de uma turma específica de exatas no colégio. “O conteúdo do ensino médio é muito solto. Quando você se aprofunda, ele se torna mais realista e mais interessante”, diz o aluno, que costuma ajudar os colegas que não têm tanta facilidade na disciplina. “Às vezes eu me empolgo na explicação e acabo indo além da matéria da prova”, afirma.
Na última competição de que participou, a Olimpíada Paulista de Física, Giovani tirou 92 dos 100 pontos possíveis na prova e levou medalha de ouro. Ele pretende fazer vestibular para engenharia, mas ainda não definiu a área nem a instituição que quer estudar.
O segredo é a dedicação
Assim como Giovani, Matheus Camacho também foi além dos exercícios ensinados na escola. Aos 15 anos, ele está no 1º ano do ensino médio e já virou um colecionador de prêmios: ganhou medalhas em disputas regionais, nacionais e internacionais (que o fizeram viajar para o Irã e a Índia).
Na última Olimpíada Paulista de Física tirou a melhor nota da competição entre os alunos do ensino fundamental (a prova foi no fim do ano passado). Ele fez 95 dos 100 pontos possíveis.
“Eu faço muitos exercícios, procuro livros extras, com conteúdo mais aprofundado, como os de faculdade”, diz. De segunda a sexta, o aluno tem aulas de manhã e estuda cerca de três horas em casa durante a tarde. Às vezes participa de aulas preparatórias para olimpíadas na escola ou de grupos de estudo com colegas que compartilham da paixão pela física, química e matemática.
“Eu vou para as aulas e faço exercícios em casa. Não tenho nenhum método específico para estudar. Acho que o segredo é se dedicar”. O próximo desafio do estudante é se preparar para a seletiva brasileira da Olimpíada Internacional de Física, que será realizada no meio deste ano.
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