Justiça concede liberdade a alunos detidos na USP
A juíza Juliana Guelfi, do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais e Corregedoria da Polícia Judiciária), órgão ligado ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, determinou que os dois estudantes detidos na USP (Universidade de São Paulo) sejam soltos imediatamente. Eles foram presos ontem (12) durante a reintegração de posse da reitoria da universidade. A decisão foi tomada na tarde desta quarta-feira (13).
Segundo os advogados dos estudantes, eles aguardam apenas o alvará de soltura para serem liberados. João Vitor Gonzaga, 27, e Inauê Taiguara Monteiro de Almeida, 23, estão presos desde ontem e foram transferidos na manhã de hoje para o CDP (Centro de Detenção Provisória) da Penitenciária de Osasco.
Os estudantes foram presos do lado de fora do prédio da reitoria durante a ação de reintegração de posse feita pela Tropa de Choque da PM e afirmam que não participaram da ocupação. Eles são acusados de formação de quadrilha, furto e danos ao patrimônio.
Segundo a defesa dos alunos, eles estariam em uma festa do curso de filosofia e teriam se aproximado do prédio da reitoria para saber o que estava acontecendo. Os estudantes afirmam ainda terem apanhado dos policiais, com socos na boca do estômago e chutes nas pernas, durante a abordagem.
Reintegração de posse
Após 42 dias de ocupação, a reintegração de posse do prédio da reitoria foi feita pela Tropa de Choque da PM por volta das 5h dessa terça-feira.
Aberto para a imprensa após vistoria da polícia, o saguão e as salas do andar térreo do prédio apresentavam muitas pichações, vidros quebrados, e sujeira no prédio. Segundo a assessoria da USP, equipamentos eletrônicos foram destruídos ou furtados.
Os andares superiores não tinham marcas de vandalização, apenas gavetas e armários abertos. No térreo havia também dois pianos e móveis novos embalados.
Histórico da greve
Os alunos da USP entraram em greve no dia 1° de outubro e ocuparam a reitoria em protesto por democracia nas eleições da universidade. Os estudantes querem que o reitor seja escolhido em um processo de eleição direta em que toda a comunidade universitária possa votar.
As próximas eleições da universidade acontecem no dia 19 de dezembro e não terão voto direto. Quatro chapas concorrem à gestão da reitoria - três delas encabeçadas por professores que integram a administração de João Grandino Rodas, o atual reitor, que mantém discrição sobre o candidato preferido.
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