Mãe de aluno tenta tirar filho de ocupação de escola em SP
Maria Aparecida Pires, 47, é mãe de um aluno que está dentro da Escola Estadual Fernão Dias, zona oeste de São Paulo, ocupada por estudantes na manhã desta terça-feira (10). Segundo ela, o filho de 16 anos não sabia da manifestação e agora ela tenta tirá-lo de lá.
“Sou a favor e contra [a manifestação] ao mesmo tempo. Acho que no período de aula isso não é bom. Meu filho me ligou falando que estava preso na escola", afirmou Maria.
“Cheguei aqui para ter aula às 7h. Falaram para entrar por trás [da escola]. Quando a polícia chegou, ninguém mais pôde sair. Eu apoio a manifestação, mas não vim para ela", explicou o filho Juarez Júnior, estudante do 2º ano do ensino médio.
Pedro Henrique de Araújo, 16, está na mesma situação que Júnior e agora não consegue sair da escola. “Eu e o Juarez estudamos no mesmo ano. Nem estava sabendo da manifestação. Nem vim para a escola ontem”, reclamou Araújo.
Já Beatriz Morgado, 15, estudante do primeiro ano do ensino médio, conseguiu sair da escola. "Eu não sabia da manifestação. Tenho um compromisso agora e precisava sair. Dei o número da minha carteirinha para os policiais e saí. Foi rápido para me tirarem. Mais cedo muitos alunos saíram pela porta de trás quando a PM chegou", disse a jovem.
Ocupação
Os estudantes da instituição chegaram por volta das 6h e iniciaram a ocupação do local. Eles são contra o fechamento de escolas e a reorganização da rede estadual pública.
Segundo uma funcionária da escola e mãe de aluno, que não quis se identificar, os estudantes chegaram com as próprias correntes e cadeados.
A Escola Estadual Fernão Dias não vai fechar, porém terá apenas um ciclo de ensino. Os alunos temem a superlotação das salas com a chegada de estudantes de outras instituições.
“Eu apoio [a manifestação]. O que me preocupou foi a polícia chegar nessa proporção que eu vi para meia dúzia de alunos. Quem tem que estar aqui é um representante legal do secretário da educação. A reorganização não foi discutida. Veio de cima para baixo”, afirmou a professora Juliana Oliveira, 41, mãe de uma aluna da escola.
Sua filha afirma que ninguém foi forçado a ficar na ocupação. “Eu saí porque minha mãe estava aqui. Os policiais pediram meu nome e meu RG. A maioria já saiu. Os pais estavam ligando e a maioria tem que trabalhar”, explicou a jovem. “Não há líderes. Lá cada um teve uma tarefa. Eu fiquei com segurança. Tem pessoal para ir falar com a imprensa, alguns ficaram com a comida.”
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