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Motoristas discutem com alunos que bloquearam o trânsito em SP

Lucas Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

07/12/2015 18h05Atualizada em 07/12/2015 20h25

Cerca de 50 estudantes decidiram fechar o cruzamento das avenidas Rebouças e Faria Lima, na capital paulista, na tarde desta segunda (7) - mas a manifestação não foi bem recebida por motoristas que ficaram empacados no trânsito.

"Vai estudar", gritou um. Os estudantes apenas responderam que tinham direito a se manifestar. A discussão envolveu cerca de 20 manifestantes e dez motoristas.

Alguns desceram dos seus carros para brigar com os estudantes.

Após cerca de 20 minutos, eles liberaram o tráfego da Faria Lima. E, um pouco depois, partiram em passeata em direção ao Largo da Batata, quando decidiram subir a rua Teodoro Sampaio.

Por volta das 18h30, eles fecharam o cruzamento da avenida Pedroso de Morais com a rua Teodoro Sampaio. Por volta das 19h40, após assembleia, os estudantes resolveram que voltariam para a escola ocupada Fernão Dias, em Pinheiros, no entanto, às 20h20, os cerca de 30 manifestantes restantes decidiram permanecer no cruzamento da Teodoro com a Pedroso.

Raposo Tavares

De manhã, alunos fecharam por 4 horas a rodovia Raposo Tavares, na altura do cruzamento com a avenida Benjamim Mansur, no sentido capital paulista. A Polícia Militar informou que acompanhava o protesto desde as 7h20 e que não fez contagem do número de manifestantes.

Na semana passada, além das ocupações em cerca de 200 escolas, os estudantes bloquearam avenidas importantes da capital paulista durante toda a semana. Os protestos foram reprimidos pela polícia, com uso de bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo, para desobstruir as vias.

Na sexta, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou o adiamento do programa que pretendia implantar escolas de ciclo único no Estado -- ou seja, haveria estabelecimento apenas com ensino fundamental 1, fundamental 2 ou ensino médio. Com as alterações, havia previsão de fechamento de 94 escolas quando o anúncio foi feito.

Sem razão

Na manhã desta segunda (5), Alckmin defendeu que os alunos desocupem as mais de 190 escolas tomadas em protesto contra a medida.

"Não há razão nenhuma para ter escola hoje invadida. Se a causa era essa (reorganização), agora é retomarmos as aulas para poder o mais rápido possível concluir o ano letivo. Esse é o objetivo", disse ele após coletiva de imprensa que anunciou medidas de combate à dengue, zika e chikungunya.