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'Não foi só pela reorganização', diz novo secretário sobre ocupações

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), empossa o novo Secretário Estadual da Educação, José Renato Nalini - Hélvio Romero/Estadão Conteúdo
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), empossa o novo Secretário Estadual da Educação, José Renato Nalini Imagem: Hélvio Romero/Estadão Conteúdo

Lucas Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

28/01/2016 13h52

José Renato Nalini, novo secretário da Educação do Estado de São Paulo, afirmou, após assumir oficialmente o posto, que abrirá um "grande diálogo" sobre a reorganização escolar. No passado, cerca de 200 escolas estaduais foram ocupadas por alunos contrários à medida. Segundo ele, o projeto não foi o único motivo dos protestos.

“Vou chamar as lideranças, os responsáveis, os pensadores e abrir um grande diálogo para verificar qual foi o motivo da revolta. Sei que não foi só reorganização. Há uma pauta maior, nós precisamos enfrentar cada item", disse em coletiva nesta quinta-feira (28) no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

Nalini afirmou que ainda não conhece o projeto de reorganização, mas que a palavra de ordem é “diálogo”. “O meu desafio é abrir as portas do diálogo. Ouvir todos aqueles que tenham reivindicações e fazer com que nós transformemos essas requisições num diálogo profícuo, mantendo as diferenças.”

O novo secretário foi até o ano passado presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo. É formado em ciências jurídicas e sociais na Faculdade de Direito da PUC-Campinas, mestre e doutor em direito constitucional da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo). Segundo ele, não haverá nenhuma influência sua em novas decisões judiciais. “Ex não é mais nada. Eu virei a página. Seria contraproducente. Não vai haver troca de influência.”

Em 2015, os professores estaduais fizeram uma greve de três meses pedindo, entre outras coisas, um reajuste salarial para a categoria. Nalini afirma que o assunto será discutido “a seu tempo”. “Não há assunto tabu. Nós vamos mostrar os índices da economia. Se São Paulo não tivesse um governo austero, nós estaríamos na situação de outros Estados, que interromperam pagamentos, extinguiram cargos. Ninguém aqui deixou de ter o seu salário em dia”, afirmou.

O secretário assume o cargo com a missão de comandar a maior rede de ensino do Brasil, com 5,3 mil escolas, 230 mil professores, 59 mil servidores e 3,4 milhões de alunos no ensino fundamental, ensino médio e no EJA (Educação para Jovens e Adultos). Para ele, o desafio será “reduzir o descompasso entre o anacronismo do ensino e uma juventude que já nasce acostumada com a velocidade da comunicação online”.

“As crianças e os jovens não aguentam mais aulas que são insossas, expositivas. Eles precisam de uma escola atraente. Vou chamar todos aqueles que puderem colaborar para fazer da escola de São Paulo um lugar sedutor.”