Doenças que abalaram o Brasil nos últimos meses podem cair no Enem 2019
Resumo da notícia
- Professores apostam em questões sobre sarampo, febre amarela, dengue e zika
- Enem tende a cobrar o contexto em que as doenças se desenvolvem
- 2ª prova acontece no dia 10, com ciências da natureza e matemática
Em 2019, não faltaram doenças tomando as manchetes dos noticiários. Uma gama de problemas de saúde pública se mistura às epidemias e, justamente por isso, têm grandes chances de serem tema de questões do segundo domingo de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019.
As apostas estão tanto em infecções emergentes —que surgiram recentemente e vêm se espalhando— quanto em reemergentes —que tinham sumido do país, mas voltaram. Entram na lista sarampo, febre amarela, dengue, vírus zika e chikungunya.
O professor de biologia Paulo Sawaya, do Colégio Poliedro, de São Paulo, explica que provas como a Fuvest, da Universidade de São Paulo (USP), e a da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) pedem mais frequentemente que o candidato saiba das definições conceituais das doenças: o que são, quais os sintomas, qual o agente causador. Já o Enem tende a ir além e cobrar também o contexto em que as doenças se desenvolvem, qual sua origem e qual o seu impacto na população.
"A ideia do Enem é ser mais multidisciplinar e abordar doenças que tenham a ver com saúde pública e com potencial de pandemia e epidemia, que coloquem em risco um grande número de pessoas", diz. "A prova vai cobrar os aspectos social, geográfico e biológico das doenças." Por isso, o candidato tem que estar bem informado e também saber juntar informações diferentes para buscar os porquês de cada situação.
Sawaya explica que é importante entender cada doença, começando pelo local de origem dos agentes infecciosos, seus veículos de transmissão, as formas de contágio e manifestações no organismo e, por fim, as ações estatais preventivas e corretivas que podem ser tomadas.
Wellington Almeida, professor de biologia do Curso Positivo, de Curitiba, afirma que as doenças sejam abordadas a partir de gráficos, sobre cobertura vacinal ou sobre sazonalidade das infecções, que os candidatos deverão analisar e interpretar.
Ele lembra, ainda, que o sarampo é uma doença passível de imunização, que só se espalhou pelo mundo pela baixa cobertura vacinal. "O Brasil tinha sido, em 2016, o primeiro país da América Latina a eliminar o sarampo, que é uma das principais causas de morte em crianças pequenas. Ele é extremamente transmissivo", destaca. Em 2019, o país perdeu o status de país livre da doença.
No Brasil, segundo informações do Datasus (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde), do Ministério da Saúde, a cobertura das vacinas obrigatórias até o primeiro ano de vida (BCG, hepatite B, pentavalente, poliomielite, pneumocócica 10 valente, rotavírus humano, meningocócica C, febre amarela e tríplice viral) está abaixo da indicada pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Também passível de imunização, a febre amarela é transmitida, em zonas urbanas, pelo mesmo vetor da dengue, chikungunya e do vírus zika: o mosquito Aedes aegypti. "O combate ao mosquito depende da participação das pessoas, da comunidade, da prefeitura, para [eliminar] os criadouros das larvas dos mosquitos. E isso tem sido negligenciado", analisa.
Especialmente no caso das doenças com características urbanas, é importante levar em consideração tendências migratórias das populações e o grande fluxo de viajantes globais.
Essas ondas têm o potencial de carregar os agentes infecciosos de um lugar para o outro, atingindo grandes números de pessoas. "Esse tema também pode cair na redação", diz o professor do Poliedro. "Acho que a tendência amarrar as informações é cada vez mais nas questões."
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