Apostila, TV, app: como SP retoma aulas e tenta acabar em 2020 o ano letivo
Resumo da notícia
- Um mês após suspender aulas, rede estadual retoma, à distância, as atividades
- Apostilas, aulas pela televisão e por aplicativo fazem parte da estratégia da gestão Doria
- Ao UOL, secretário afirmou que rede terá ainda um 'plano de contingência' para recuperação dos alunos
- Meta é fazer caber em 2020 o conteúdo e as 800 horas letivas
- Segundo o governo, ainda não há data para o retorno das aulas presenciais
Um mês após a suspensão das aulas devido ao novo coronavírus, a rede estadual de São Paulo programa a volta das atividades letivas para a próxima segunda (27). Mas os cerca de 3,5 milhões de alunos do estado —que tem a maior rede pública de ensino do país— ainda não deverão retornar para as salas de aula, e não há data para que isso ocorra.
Por enquanto, a gestão do governador João Doria (PSDB) aposta em apostilas, aulas pela TV e em um aplicativo para retomar o ensino e evitar que o ano letivo de 2020 se estenda até 2021. Segundo o secretário estadual de educação, Rossieli Soares, as medidas são todas "complementares".
"Não haverá nenhum modelo ideal. Eu tenho 3,5 milhões de alunos. Se eu puder atender 3,4 milhões ou 3,1 milhões, eu vou atender os 3,1 milhões e depois me dedicar aos [outros] 200 mil, 100 mil ou 2 mil. Vou me dedicar a recuperar isso ao máximo com outras estratégias", disse em entrevista ao UOL.
O recesso escolar, que foi antecipado de julho para o mês de abril, se encerrou na última segunda-feira (20). De lá até a outra segunda (27), segundo Soares, os dias são para o planejamento para as escolas e também de treinamento para que os professores conheçam as ferramentas que serão utilizadas.
TV, app e apostilas
A adoção de "multiestratégias", segundo Soares, aumentarão as possibilidades de alunos sem computador ou internet em casa acompanharem as aulas.
Na televisão aberta, a TV Cultura irá transmitir dez horas com aulas para o ensino fundamental e médio. "O alcance da TV Cultura no estado é muito grande. A estratégia da TV foi pensada para chegar em lugares de mais baixa renda", diz o secretário.
Já por meio de um aplicativo do governo, os alunos poderão assistir a aulas ao vivo, podendo também interagir com os professores por chat ou vídeo. Uma parceria entre a secretaria de educação e empresas de telecomunicação vai custear o acesso de professores e alunos ao aplicativo no celular.
Anunciados por Doria na semana passada, os kits de material escolar com apostilas de matemática, português e gibis servirão, segundo o secretário, para complementar os materiais utilizados em um ano letivo comum (como os livros didáticos e as apostilas regulares). "As apostilas, por exemplo, são mais pensadas para trabalho em grupo. No material de agora, essas características mudam", afirma.
O material será retirado nas escolas, com agendamento prévio para evitar aglomerações, e distribuído também com ajuda da PM e de equipes de transporte escolar.
Como fica o calendário escolar?
As atividades devem ser contabilizadas como parte das 800 horas letivas no calendário escolar, como prevê a LDB (Lei de Diretrizes e Bases) -em razão da pandemia, foi retirada a obrigatoriedade do cumprimento dos 200 dias letivos.
"A gente está tentando minimizar os prejuízos ao longo do tempo, mas educação a distância não substitui em nenhum aspecto a educação presencial", destaca o secretário.
Segundo Soares, o aluno que não conseguir realizar as atividades durante a quarentena não vai necessariamente "perder o ano".
"Nós temos um plano de contingência para essas crianças, com avaliação, um nivelamento diagnóstico, para dar inclusive planos de recuperação. Com horas a mais, professores dedicados", diz.
"Vai ter oportunidade de recuperação, de trabalho. Vamos contratar professores eventuais para dar reforço escolar, o que for necessário. Elaboraremos materiais de recuperação a partir dos diagnósticos. Mas tudo isso só é possível enxergar com mais detalhes quando eu enxergar quanto tempo a gente vai ter de paralisação".
Soares diz ainda que o estado deve ter uma estratégia de "busca ativa" após a pandemia para fazer com que os alunos voltem para a escola. "Pode ser que tenha uma pressão da família para que esse jovem acabe nem voltando pra escola por ajudar de alguma forma a família [a arcar com as contas em casa]", afirma.
Segundo o secretário, não há uma data certa para o retorno das aulas presenciais. "A gente está pronto para voltar no início de maio, se for necessário. Mas também estamos prontos para ter outras estratégias".
"A gente vai reajustar todo o calendário", afirma. Soares diz ainda que o "maior esforço" que está sendo feito por toda a secretaria, nesse momento, é para que o ano letivo de 2020 não se estenda até 2021. "Nós vamos fazer todo o esforço para que o calendário de 2020 termine em 2020".
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