Após covid matar pai, técnica de enfermagem faz Enem para mudar de área
Para alguns candidatos, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) é encarado como uma oportunidade de mudar de área. É o caso da técnica de enfermagem Nayara Correa, 25, que pretende cursar biomedicina.
Em agosto do ano passado, ela perdeu o pai por complicações da covid-19, após ficar 32 dias internado em um hospital em Itajaí (SC). Ela trabalhava na linha de frente de combate à doença em uma instituição de saúde em Balneário Camboriú. "Eu pensava que eu poderia estar cuidando do meu pai."
Só pôde vê-lo no Dia dos Pais, antes de ele ser hospitalizado. Após a morte, a técnica de enfermagem precisou fazer tratamento para a depressão e hoje, passado mais de um ano da morte, percebe a prova do Enem como um recomeço. "Era o que meu pai queria, que a gente seguisse em frente."
Nayara pretende atuar na área da estética para, segundo ela, ver o "lado bonito" das coisas.
Na prova de hoje, diz que teve facilidade com o tema da redação. Para ela isso se deve à atuação em um projeto social.
"Não tive dificuldade, é um conceito atual e que facilitou para a maioria", afirma.
Por outro lado, considerou as perguntas de português extensas e cansativas.
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