Para ajudar na renda da família, jovem troca Enem por barraca de doces
Aos 16 e com idade para tentar o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), Ana Luísa Silva, 16, decidiu trocar a prova pelo comércio ambulante.
Na porta da Unip da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, ajudava a tia a vender comidas, doces e itens usados no exame numa barraquinha.
Ela conta que sempre estudou em escolas públicas em Pirituba e teve apoio da família. Mas não se vê preparada: "Eu não teria capacidade de passar, de qualquer forma", diz, citando não ser fã dos livros.
"Eu sempre sonhei em ser cirurgiã, minha família me apoia e tudo mais, mas não tem como", afirma. A dificuldade financeira dos pais é seu principal problema.
A edição de 2021 registrou o menor número de inscritos, além da menor taxa de participantes negros e vindos de escolas públicas dos últimos anos. Por outro lado, houve aumento no número de pagantes e de brancos.
A prova começou às 13h30. O tema da redação é "Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil". Os 3,1 milhões de estudantes têm até as 19h para terminar o exame.
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