Campinas tem 1ª escola ocupada em protesto contra reestruturação escolar
Estudantes da Escola Estadual Carlos Gomes, no Centro de Campinas, decidiram ocupar o prédio do colégio na manhã desta terça-feira (17) em protesto contra o encerramento das aulas no período noturno no ano que vem, a reorganização escolar promovida pelo governo do Estado e o impedimento por parte da direção de ser formado um grêmio estudantil.
Até a noite de segunda-feira (16), 25 escolas de todo o Estado estavam ocupadas por estudantes. A E.E. Carlos Gomes é a segunda no interior do Estado a sofrer a intervenção dos alunos, após a Escola Estadual Prefeito Mario Avesani, em Santa Cruz das Palmeiras.
Segundo o professor Pedro Oliveira, representante da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), a iniciativa de tomar a escola foi dos próprios alunos, inspirados pelos estudantes da Grande São Paulo.
"A organização dentro da escola é a mesma dos outros colégios. Os estudantes já criaram comissões para cuidar do prédio e deles próprios", afirmou.
Os alunos, todos do ensino médio, também contam com o respaldo jurídico de dois advogados. Segundo Oliveira, desde que a ocupação foi anunciada, o contingente de policiais militares rondando o prédio da escola aumentou. Mesmo assim, não é possível notar uma presença fixa da polícia no local.
A Escola Estadual Carlos Gomes é uma das instituições de ensino mais tradicionais de Campinas. O colégio foi fundado em 1902 com o nome de Escola Complementar de Campinas. O atual prédio onde fica a escola, ao lado da Prefeitura da cidade, foi projetado pelo arquiteto César Marchisio, inaugurado em 1924 e tombado em 1982.
Os alunos da E.E. Carlos Gomes já haviam feito dois protestos pelas ruas do Centro de Campinas antes de optarem pela ocupação.
Reorganização
A reorganização foi anunciada no final de setembro pelo governo do Estado. Desde o começo de outubro, estudantes têm organizado protestos contra as medidas. Eles fizeram algumas passeatas e atos.
Com a mudança da rede, 93 escolas serão fechadas no Estado de São Paulo, 754 terão ciclo único. A intenção do Estado é ter colégios com ciclo único, ou seja, com alunos de apenas uma das etapas de ensino: fundamental 1 (anos iniciais), fundamental 2 (anos finais) e ensino médio. Por conta da reestruturação, 311 mil alunos serão transferidos.
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