Estudantes fazem novo protesto em São Paulo por melhorias na educação
Um grupo formado por cerca de 40 estudantes realizou na noite desta terça-feira um novo protesto na avenida Paulista, região central de São Paulo. Eles pedem melhorias na educação e a suspensão definitiva da reorganização escolar.
A mobilização foi marcada para as 18h, mas as pessoas que organizaram o ato pelo Facebook não apareceram. Por volta das 19h45 e depois de uma longa discussão, o grupo decidiu em assembleia seguir até a Secretaria de Educação, na Praça da República, também na região central da cidade. Durante o percurso, os manifestantes chegaram a fechar uma das vias da Paulista, sentido rua da Consolação, e a rua Augusta, sentido centro. Cerca de 60 policiais acompanham o ato.
Quando os manifestantes chegaram à praça da República, a tropa de choque já estava cercando o prédio da Secretaria de Educação. Em questão de segundos, os policiais foram para cima do grupo para dispersar os manifestantes. Algumas pessoas foram impedidas com golpes de cassetetes de fugir pelo metrô.
Por volta das 21h28, Pedro Vasconcelos, de 19 anos, foi detido por incitação à violência e encaminhado ao 2º Distrito Policial (DP). Depois do clima tenso, os demais estudantes dispersaram.
Ocupações
Até a manhã desta terça-feira (15), pelo menos 63 escolas continuavam ocupadas no estado de São Paulo e 37 na capital, de acordo com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). Já segundo a Secretaria da Educação do Estado, 62 escolas estavam ocupadas, sendo 38 na capital.
Entre as principais reivindicações dos alunos que permanecem nas ocupações estão o cancelamento da reorganização, um cronograma fixo de audiências públicas e punição aos policiais que agiram com truculência.
Reorganização
No último dia 4, Geraldo Alckmin (PSDB), governador de São Paulo, anunciou o adiamento da reorganização escolar. "Alunos continuam nas escolas em que já estudam. Os debates serão feitos em 2016", disse.
A medida previa o fechamento de 92 escolas e reorganizava as restantes por ciclo único. Desse modo, estudantes do ensino fundamental ficariam em unidades diferentes do ensino médio.
Desde o anúncio da reorganização, alunos, pais e professores realizaram protestos em vários pontos do Estado. Eles argumentavam que o objetivo da reestruturação era cortar gastos e temiam a superlotação das salas de aulas, além de alegarem a ausência de diálogo durante o processo.
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