Apesar de proibição, resultados do Sisu ficam disponíveis por minutos
Mesmo após a Justiça Federal decretar a suspensão do Sisu (Sistema de Seleção Unificada), candidatos dizem ter conseguido acessar os resultados e as últimas notas de corte do sistema nesta manhã. A liberação da lista de aprovados no Sisu, que seria divulgada hoje, foi parar na Justiça após o MEC (Ministério da Educação) admitir ter divulgado parte das notas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2019 com erros.
Procurado pelo UOL, o MEC informou, em nota, que as listas do Sisu puderam ser visualizadas "por alguns minutos", mas "não representam o resultado oficial". "Em razão de decisão judicial, a divulgação do resultado final continua suspensa", diz o ministério. A pasta não respondeu com clareza se houve falha no sistema ou vazamentos de outros dados.
A reportagem teve acesso ao que seria uma lista de aprovados no curso de Medicina na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). Nas redes sociais, candidatos relataram ter acessado a relação de convocados para cursos desta e de outras universidades, como a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Pelas imagens, não é possível comprovar se as listas são dos cursos citados. Os prints, no entanto, são do novo sistema do Sisu, inaugurado neste ano.
A Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) e a UNE (União Nacional dos Estudantes) afirmaram que irão acionar a Justiça contra o MEC, já que o resultado não poderia ter sido divulgado hoje.
Erros no Enem
Após uma série de reclamações dos candidatos que fizeram o Enem, o MEC admitiu na semana passada ter divulgado parte das notas com erros. Os resultados haviam sido liberados um dia antes, quando o ministro Abraham Weintraub disse ter realizado "o melhor Enem de todos os tempos".
Segundo o ministério, o erro aconteceu devido a um problema na gráfica responsável pela impressão do Enem: por isso, gabaritos de uma cor teriam sido lidos como se fossem de outra. O MEC informou que o erro havia atingido 5.974 candidatos e disse que todos os problemas haviam sido corrigidos —cerca de 4 milhões de candidatos fizeram as provas.
Uma série de ações judiciais foi protocolada na Justiça por candidatos que questionavam suas notas no exame mesmo após a revisão dos resultados. Nesse meio tempo, o MPF (Ministério Público Federal) recomendou ao MEC a suspensão do Sisu, mas o sistema continuou funcionando normalmente.
Na última sexta (24), a Justiça Federal de São Paulo acatou um pedido da DPU (Defensoria Pública da União) e determinou a suspensão da divulgação dos resultados do programa, cujas inscrições foram encerradas no domingo (26). A AGU (Advocacia-Geral da União) recorreu, mas o pedido foi negado em segunda instância pelo TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região). O governo federal tenta agora reverter esta decisão nos tribunais superiores.
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