Ministro critica Lula por querer fim de escolas cívico-militares: Equívoco
O ministro da Educação, Victor Godoy, criticou a equipe de transição do presidente eleito Lula pelo desejo de acabar com as escolas cívico-militares. A declaração foi dada em entrevista à revista Veja.
Eles estão dizendo que querem acabar com as escolas cívico-militares, acho que é um equívoco, uma narrativa que é como se os militares estivessem tomando conta do ensino.
Para o chefe do MEC, decisão envolve questões ideológicas. Segundo ele, não há justificativa para encerrar um projeto que "está dando certo".
Há um misticismo em relação às escolas cívico-militares que diz que representa a militarização do ensino. O que temos de dados é que quando uma escola cívico-militar é implantada, e são sempre em regiões vulneráveis, aquela escola consegue mudar o entorno, há redução da criminalidade, redução do tráfico de drogas, maior engajamento dos alunos, menor taxa de evasão.
Como funcionam essas escolas? O formato de escola cívico-militar existe no Brasil desde os anos 1990, mas foi no governo Jair Bolsonaro (PL) que se tornou um dos pilares do MEC, ganhando uma secretaria responsável pelas unidades.
O modelo, como o nome sugere, conta com uma gestão compartilhada entre pastas da Educação e da Segurança Pública.
Bolsonaro instituiu o Pecim (Programa de Escolas Cívico-Militares) em 2019, numa parceria entre o MEC e o Ministério da Defesa. O programa foi uma promessa da campanha de 2018.
Relação turbulenta entre professores e policiais. Segundo relatos ouvidos pelo UOL entre julho e agosto deste ano em três escolas cívico-militares, localizadas no Distrito Federal, no Paraná e no Rio de Janeiro, há confusão dentro das unidades.
Nos três estados, há semelhança nos casos relatados por pais e professores. Todas as pessoas ouvidas contaram que a relação entre policiais e professores e alunos é turbulenta e que até o conteúdo passado em sala de aula foi prejudicado após a implantação do modelo.
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