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Após protesto, 14 manifestantes são levados pela polícia em SP

Do UOL, em São Paulo

03/12/2015 20h46

Manifestantes contra o projeto de reorganização do governador Geraldo Alckmin (PSDB) fecharam as avenidas Tiradentes e 23 de maio, no centro da capital paulista, no início da noite desta quinta-feira (3). Após a intervenção da Polícia Militar na rua 25 de março, 14 pessoas foram levadas para o 8º DP (Distrito Policial).

Segundo relatos, a tropa de choque da PM chegou a jogar bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes. Procurada, a Polícia Militar ainda não informou a idade das pessoas envolvidas.

Esse não é o primeiro protesto desta quinta. Outros seis manifestantes chegaram a ser detidos na zona oeste (quatro na avenida Faria Lima e dois na avenida Deputado Lacerda Franco). Houve confronto com a PM.

Bombas assustam população

Durante a manhã de hoje, os policiais já haviam usado bombas de gás contra os manifestantes para tentar impedir que eles fechassem o cruzamento das avenidas Rebouças com Faria Lima, em Pinheiros. O estrondo das bombas assustou os transeuntes da avenida e os comerciantes fecharam as portas de seus estabelecimentos. 

Um estudante de 18 anos chegou a desmaiar por causa do gás. "Com eles [a PM] não tem diálogo, chegamos aqui e fomos recebidos com bomba e spray de pimenta. Tenho problema respiratório, então passei mal na hora, porque a bomba estourou perto de mim. Pedi ajuda dos meus colegas, que na verdade são meus irmãos. A gente vai parar o mundo". Assim como ele, grande parte dos manifestantes é secundarista que está na ocupação da Escola Estadual Fernão Dias, na zona oeste de São Paulo. Também há universitários no grupo.

Os estudantes fecharam por alguns minutos também o cruzamento da avenida Faria Lima com Cidade Jardim, causando a ira de alguns motoristas. 

Reorganização escolar

A reorganização da rede estadual de ensino foi anunciada pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB-SP) em setembro. A medida fecha 93 escolas e reorganiza as restantes por ciclo único. Deste modo, estudantes do ensino fundamental ficam em unidades diferentes do ensino médio.

Desde o anúncio da reorganização, alunos, pais e professores têm realizado protestos em vários pontos do Estado. Eles argumentam que o objetivo da reestruturação é cortar gastos e temem a superlotação das salas de aulas, além de alegarem a ausência de diálogo durante o processo. Cerca de 200 escolas estão ocupadas por estudantes.