Pais e alunos de ocupações de SP vão aos EUA denunciar violência policial
Secundaristas e pais dos alunos que atuaram nas ocupações de escolas estaduais em 2015 vão participar de uma audiência na Comissão Interamericana de Direitos para denunciar a violência policial durante os protestos.
“Na audiência, vamos falar que o desrespeito aos direitos humanos pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo é sistemático, não foi pontual. Ele aconteceu durante as ocupações, durante as manifestações e continua acontecendo. Esta semana, uma escola em Pirituba foi invadida pela PM e os estudantes, que estavam fazendo um protesto pacífico, apanharam”, disse Luiz Braga, corretor de seguros e pai de um estudante secundarista.
O encontro foi marcado para o dia 7 de abril após um pedido do Comitê de Mães e Pais em Luta, em conjunto com a Artigo 19, ONG de direitos humanos. Para custear as passagens Washington, nos Estados Unidos, o movimento organizou um financiamento coletivo pela internet.
“A gente tem a pretensão de dar visibilidade às agressões da política e de confrontar o Estado de São Paulo e o Estado brasileiro, que estão permitindo que esses abusos aconteçam”, afirma o pai.
Neste ano, uma das demandas do grupo é a distribuição da merenda para todas as escolas, já que parte delas está recebendo a chamada ‘merenda seca’, com biscoitos e sem refeições.
“Eu acho que um dos principais reflexos das ocupações foi a organização desse comitê de pais, que está forte, atua em várias frentes, continua compilando excessos da polícia e tentando fortalecer as escolas que querem implantar um sistema mais democrático. Além disso, outro ganho importante foi a conscientização de muitos estudantes, que não ficam mais quietos”, disse Braga.
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