(Sem título 101)
A pós-verdade é um problema, visto que pode modificar erroneamente a opinião pública, o que pode levar ao fim da democracia, pois pois, se o poder do povo é manipulado, sua verdadeira vontade acaba sendo esquecida para atender o desejo dos criadores da pós-verdade.
Desde os primórdios, podemos ver o povo agindo conforme a vontade de um grupo ou de uma pessoa sem perceber. Na II Guerra Mundial, por exemplo, diversas pessoas agiram em prol de um ideal que, embora nem todos concordassem, conseguiu modificar a opinião pública.
Da mesma forma, muitas vezes, a mídia altera ou oculta fatos que transformam o ponto de vista da massa. As notícia sobre o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) são um exemplo disso. Os integrantes do movimento são passados mostrados como rebeldes que destroem propriedades privadas, mas não é falado do contexto dessas invasões: os trabalhadores se manifestam assim, pois perderam suas terras para ricos fazendeiros, na maioria das vezes, injustamente por meio de falsos documentos.
E ainda existe um grande número de casos em que o povo é manipulado e interfere diretamente na própria política guiado pela pós-verdade. No Impeachmment impeachment da presidenta Dilma Rousseff, inúmeras pessoas se manifestaram pela emoção, inclusive, muitas delas, sem emocionalmente, muitas delas, inclusive, sem nem saber quem entraria no lugar da presidenta ou ainda, que ou ainda que não souberam citar uma atitude dela que justificasse a manifestação.
Por isso, é importante que o povo desperte o povo: no meio de tantos seguidores da pós-verdade, existe um grupo que não se guia por isso e se informa bastante antes de seguir uma causa, esse causa. Esse grupo deve despertar a enorme massa que se deixa manipular. E isso através de vídeos, passeatas que chamem tanto a atenção, como a pós-verdade, porém mostrando fatos reais. E assim, será perdido mais um apetrecho usado na manipulação de pessoas.
Comentário geral
Texto regular, com problemas pontuais e estruturais. O que se tentou dizer no segundo parágrafo não faz sentido, prejudicando os dois parágrafos seguintes, em que o autor tenta mostrar outros exemplos semelhantes ao apresentado anteriormente, mas, como dissemos, anterioremente está um parágrafo que não faz sentido. De resto, a argumentação é muito parcial, mas bastante discutível, pois a defesa do MST e da ex-presidente da República tem o mesmo fundamento factual que as supostas manipulações da imprensa: ou seja, baseiam-se nas simpatias dos autores e não numa análise correta dos fatos em questão. É uma pena, pois o primeiro parágrafo é muito bom, mas o texto piora justamente nos três parágrafos destinados à argumentação.
Aspectos pontuais
1) Segundo parágrafo: a) é um grande equívoco. Em primeiro lugar, a quando se refere o termo primórdios? À pré-história? Ao antigo Egito ou à antiga Grécia? Que historiador, desde os primórdios, o povo sendo manipulado por pessoas ou grupos? É verdade que demagogos existem desde a antiga Grécia, mas não existe um registro histórico da demagogia desde os primórdios da humanidade. b) O trecho sobre a Segunda Guerra tem problemas de sintaxe e não é nem um pouco informativo, porque a interpretação dos fatos não condiz com a realidade. De quem o autor está falando? De Hitler? Do nazismo? Convém lembrar que a manipulação dos alemães pelo nazismo começou antes da eclosão da guerra. Se a expressão diversas pessoas se refere aos alemães que aderiam o nazismo, ela não dá conta do fato, pois a esmagadora maioria da população alemã de então aderiu. E por fim: que ideal é esse que modificou a opinião pública? Não dá para fazer referências históricas de tal modo genérico.
2) Terceiro parágrafo: a) não é verdade que a mídia brasileira de hoje aja nos mesmos moldes do nazismo. Comparar o Brasil de hoje à Alemanha nazista é absurdo. Por acaso está em curso um genocídio no Brasil como o nazismo praticou na Europa? Claro que não! b) Os sem-terra, por definição, são sem-terra. Eles não tinham uma terra que lhes foi roubada. Eles querem ter terra, querem que o governo faça uma reforma agrária. c) De qualquer modo, todo o raciocínio contido no parágrafo é simplista demais, até maniqueista. É uma versão da realidade e não uma constatação factual.
3) Quarto parágrafo: a) Vale a pena alertar que presidenta, sob o ponto de vista gramatical, é incorreto. Quem preside é presidente, quem tem competência é competente, quem gerencia é gerente, não importa o sexo da pessoa. b) A afirmação de que quem agiu em prol do impeachment não sabia o que estava fazendo é falsa. Pode-se argumentar que os manifestantes contrários ao impeachment estavam errados, mas não que eles não sabiam dos motivos que conduziram ao impeachment. De qualquer modo, é preciso apresentar provas de que eles estão errados. Tanto neste parágrafo quanto no anterior, o autor não apresenta boas razões para suas afirmações, apenas mostra a sua visão dos fatos.
4) Quinto parágrafo: a) É preciso que o povo desperte o povo ou que se deixe despertar por esse grupo supostamente esclarecido a que o autor se refere? b) Aparentemente, não se trata de perder nada. Trata-se de combater alguma coisa. Essa alguma coisa é a pós-verdade, que, ao menos numa linguagem denotativa, não é um apetrecho.
Competências avaliadas
Itens | Nota |
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Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita. | 1,0 |
Compreender a proposta da redação e aplicar conceito das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. | 1,5 |
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. | 0,5 |
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. | 1,0 |
Elaborar a proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. | 1,0 |
Nota final | 5,0 |
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2,0 - Satisfatório | 1,5 - Bom | 1,0 - Regular | 0,5 - Fraco | 0,0 - Insatisfatório |
Redações corrigidas
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