REDAÇÕES CORRIGIDAS - Dezembro/2016 Pós-verdade, opinião pública e democracia
Verdade subjetiva
O avanço tecnológico tem permitido meios de obtenção de fatos cada vez mais rápido rápidos por diversas mídias, mas a compilação desses dados, capaz de gerar informação confiável, imparcial e coerente com os contextos: contextos econômico, financeiro, histórico, político e social, dentre outros, tem levantado um importante questionamento: Qual qual a extensão da verdade das notícias veiculadas pelos diversos meios de comunicação?
Cada um que recebe a notícia, faz notícia faz a análise na velocidade da internet internet, de acordo com suas posições ideológicas, veiculando-a nos meios de comunicação para um público ávido por conteúdo, ocorre conteúdo. Ocorre que, dependendo da extensão e do impacto que se deseje obter, a análise pode ser direcionada para um aspecto específico do acontecimento, destacando-o dentre as demais facetas, fazendo com que fique incompleta − uma meia-verdade.
Entretanto, há “especialistas” que, utilizando técnicas de propaganda e artifícios textuais de lógica e dialética, distorcem os acontecimentos e apresentam dados estatísticos viciados ou parciais, corrompendo até mesmo o contexto em que ocorreram − são mentiras travestidas de verdade. Aqui um dos objetivos mais importantes é “viralizar”, ou seja, obter a mais ampla divulgação em curto tempo. Esses veículos, quando identificados, são frequentemente chamados de “mídia sensacionalista”.
Como não existe um mecanismo de controle capaz de averiguar o conteúdo das notícias divulgadas, cumpre a quem recebe a notícia um breve exercício mental, uma rápida análise conjuntural e, se possível, uma breve pesquisa em outros veículos de notícias com a finalidade de verificar o grau de parcialidade da análise dos fatos para ter uma visão mais acurada dos acontecimentos.
Comentário geral
Texto bom, com alguns problemas pontuais graves, entre os quais uma confusão acerca de quem investiga, veicula e difunde notícias e o público a que elas se dirigem. Por não se expressar com a devida clareza, o leitor não consegue saber ao certo quando o autor se refere ao remetente ou aos destinatário da notícia. Igualmente, o uso do vocabulário em alguns caos é inadequado ou equivocado, o que prejudica a compreensão das ideias que o autor deve comunicar. Por fim, vale notar que o texto pende mais para o expositivo, do que para o argumentativo, uma vez que no segundo e terceiro o autor se limita a dar definições de meia-verdade e mentira, sem deixar clara sua posição contrária a essas práticas.
Aspectos pontuais
1) Primeiro parágrafo: a) meios de obtenção de fatos não é uma boa expressão. Aparentemente, o autor se refere aos meios de apurar os fatos, que é a atividade básica, a metodologia do jornalista. b) Compilação também não é um termo muito adequado. Não se trata exclusivamente de coletar uma grande quantidade de dados e reuni-los, mas de interpretá-los. c) Como assim, extensão da verdade? O Houaiss lista 12 significados da palavra extensão e só um deles se aplicaria aqui: o de alcance, significado, importância. Mas a questão não é a extensão da verdade. É distinguir verdades, meias-verdades, mentiras e pós-verdades.
2) Segundo parágrafo: a) aqui uma ambiguidade mais problemática. Quem recebe a notícia é o destinatário dos meios de comunicação, o público. Mas o autor usa a expressão para se referir a quem levantou os fatos, interpretou-os e os veiculou. b) O autor insiste em falar em extensão, termo ambíguo no contexto em que foi empregado, mais uma vez, na redação.
3) Terceiro parágrafo: a) ao falar em especialistas (com as aspas indicando que não se trata de especialistas de fato), o autor está se referindo a pessoas. Ao concluir o parágrafo, passou, sem mais nem menos, das pessoas aos veículos de comunicação. É como se alguém fizesse um raciocínio sobre alhos e concluísse falando de cebolas! b) Quando identificados? Como assim? Há veículos literalmente sensacionalistas cuja identificação é facílima, há até veículos sérios que, às vezes, incorrem em sensacionalismo, o que talvez seja um pouquinho mais difícil de exemplificar. De qualquer forma, e daí que esses veículos sejam chamados de sensacionalistas? Nota-se que o autor está fazendo uma crítica, mas parece uma crítica incompleta, além da incongruência já apontada no tópico anterior. O problema para os veículos sensacionalistas é não é serem chamados assim, é que eles perdem a credibilidade.
4) Quarto parágrafo: agora quem recebe a notícia é efetivamente o destinatário, mas usar a mesma expressão com significados diferentes em dois parágrafos só gera confusão.
Competências avaliadas
As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Redações corrigidas
Os textos desse bloco foram elaborados por internautas que desenvolveram a proposta apresentada pelo UOL para este mês. A seleção e avaliação foi feita por uma equipe de professores associada ao Banco de redações.
Os textos publicados antes de 1º de janeiro de 2009 não seguem o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. A grafia vigente até então e a da reforma ortográfica serão aceitas até 2012.
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