Texto fraco, mal escrito, com erros gramaticais graves, como a flexão incorreta do futuro do presente do verbo dever logo na primeira linha. Se o aluno usa o ão nesse caso, demonstra que desconhece todo um paradigma da flexão dos verbos. Não bastasse os problemas de linguagem, o texto é confuso em termos de conteúdo, com alguns argumentos obscuros e incoerentes. A conclusão também é ruim, porque aponta supostas falhas na democracia brasileira justamente porque há um debate sobre a elaboração de um projeto de lei: nada mais democrático do que isso. Finalmente, a sugestão de o governo aumentar os direitos dos professores é excessivamente genérica, para fazer de fato algum sentido. 

1) Primeiro verbal: a) erro grave na flexão do verbo dever. b) Acabar o posicionamento do professor seria fazer-lhe uma espécie de lavagem cerebral? Aparentemente, o projeto quer apenas limitar a expressão de uma ideologia em sala de aula. Há uma diferença grande de grau entre o que o autor diz na redação e os fatos. De resto, sua frase passa longe da norma culta. c) Por que no mínimo? A liberdade de expressão é um direito plenamente consagrado pela Constituição.

2) Segundo parágrafo: a) dezenas de alunos por dia? Essa contabilidade não é necessária e está incorreta. Aqui sim, no mínimo, poderia se falar em centenas. b) Há muitas reportagens sobre a precariedade das condições de trabalho do professor. Difícil dizer que a maioria mostre esses sorteios, mas isso não vem ao caso. O autor não precisava descer ao detalhe, ou, pelo menos, deveria estabelecer uma escala entre o problema geral (precariedade das condições) e um particular (fazer rifa para comprar papel e caneta).

3) Terceiro parágrafo: a) Minimizar o papel do professor é uma interpretação que não condiz com a descrição objetiva dos fatos. Até porque é fato notório que os professores, muitas vezes, veem sua autoridade questionada ou desrespeitada pelos próprios alunos. b) Esse argumento do fascismo é completamente incorreto. Se o professor puder se posicionar a favor de Hitler e Mussolini, como sugere o autor do texto, definitivamente haverá algo de errado com o sistema de ensino. Em especial, se ele levar os alunos a concordarem com isso. c) Mais um argumento confuso e contraditório: o professor não se posicionar sobre partidos políticos é o que propõe a lei Escola Sem Partido, contra a qual o autor do texto se posiciona.

4) Quarto parágrafo: a) A conclusão não decorre das premissas apresentadas e deveria se ater ao problema examinado, sem extrapolá-lo de modo a condenar todo o sistema democrático brasileiro, até porque, como falamos no Comentário geral, o projeto de lei pode ser considerado antidemocrático, mas debatê-lo antes de aprová-lo é exatamente o exercício de direitos democráticos. b) Sim, é possível dizer que seria mais um ponto negativo, mas, na verdade, o autor já tinha deixado isso claro, tornando essa conclusão desnecessária.