REDAÇÕES CORRIGIDAS - Agosto/2016 Escola no Brasil: com partido ou sem partido?
Tome juízo, não partido!
Na Idade Média, os parâmetros educacionais basearam-se na ideia divina, foi foram uma ferramenta de doutrinação ideológica. Até que, graças ao advento da evolução, a escola passou a ser, teoricamente, laica e livre à a todos os pensamentos. Porém, a proposta Escola sem Partido, a ser aprovada - ou não - pelo senado Senado, afirma, sem provas ou pesquisas, que há ainda sombras de imposição ideológica no ensino brasileiro.
Antes da escola ser da população, ela é do governo; o governo é formado por partidos; a escola, portanto, é do partido. O silogismo aristotélico é capaz de mostrar que a redundante proposta é invalida inválida. Não há como não discutir a política, pois, o próprio meio de propagação da educação é através das decisões do governo.
Ainda, como por Aristóteles foi sabiamente colocado, colocado: "O Homem, por natureza, é um animal político". Há a necessidade intrínseca de tomar parte das decisões de seus governantes. Por isso, é papel do professores, enquanto formadores de opinião, auxiliar os jovens por meio de discussões políticas argumentativas, mostrando sempre ambos os lados, para formarem cidadãos lúcidos às mudanças desse cenário.
É inegável que possam ocorrer doutrinações, porém, proibi-las do meio acadêmico é, no mínimo, estupidez. A proposta deveria estimular tais discussões e capacitar os professores para que sejam imparciais. Também seria necessário que os políticos deixassem suas confortáveis poltronas no senado Senado e participassem ativamente nesses debates. E, principalmente, a população deveria se ater às propostas e participar ativamente da política nacional e assim construir um pais país justo, consciente e íntegro.
Comentário geral
Texto Fraco, marcado por muitas confusões, desde o título, que contradiz o texto, no segundo parágrafo, ao afirmar que a escola é do partido. Há erros gramaticais de concordância e regência, mas, em termos de linguagem, o que destaca é uma má escolha e combinação das palavras para formar sentenças que tenham um mínimo de clareza ou de objetividade. Finalmente, o texto é ambíguo como um todo ao afirmar que a escola é de um partido e que ela deve ser imparcial. As duas palavras vêm do latim pars = parte. O partido é uma parte da sociedade. Imparcial é sem parte, sem partido.
Aspectos pontuais
1) Primeiro parágrafo: a) O autor ouviu falar do teocentrismo medieval e tentou aplicá-lo ao parâmetros educacionais medievais. Mas isso não significa que a educação na Idade Média seja baseada nas ideia divina. E o que significa ideia divida, uma ideia que Deus teve? A ideia que os homens têm de Deus? Então, o texto começa mal, com ambiguidade e equívocos históricos. b) É difícil saber o que o autor quer dizer com o advento da evolução. Por evolução, em geral, fala-se do evolucionismo darwinista, cujo advento remonta à origem da vida na Terra, o que aconteceu milhões de anos antes da Idade Média. d) Por que sombras? Aparentemente porque o autor quer dizer resquícios da doutrinação ideológica do passado e por passado ele aludiu ao passado medieval. Certamente não é a propagação do teocentrismo que vigora nas escolas hoje. A Escola Sem Partido fala em doutrinação ideológica e bastava o autor usar essa expressão.
2) Segundo parágrafo: a) o silogismo que o autor constrói é completamente errado. A premissa maior (antes de ser da população, a escola é do governo) não é um fato estabelecido, como por exemplo: todo homem é mortal. A premissa menor (o governo é formado por partidos) é correta. Mas dessas duas premissas não decorre que a escola seja de um partido (o autor usou o singular aqui). Em outras palavras, seu raciocínio é um sofisma e não um silogismo. Sem falar que não se trata só de escolas públicas. b) As decisões do governo educam a população? É isso que o autor está afirmando? A frase é altamente ambígua e se presta a várias interpretações. Atenta contra a clareza que um texto deve ter. O pensamento do autor parece resvalar para o fascismo, quando coloca a população como insignificante em relação ao Estado. c) Às vezes, há mais lados do que apenas dois em todas as questões.
3) Terceiro parágrafo: da citação de Aristóteles, não decorre que todos tenham de participar das decisões dos governantes hoje e sempre. Os alunos de uma escola podem aprender política, mas nem por isso participarão das decisões do governo. Numa democracia representativa, são os representantes da população (no Brasil, deputados e senadores) que participam das decisões do Poder Executivo. d) Era melhor falar em conscientes, em vez de lúcidos. Você toma consciência de algo, mas não se torna lúcido a algo. e) Por esse cenário pode-se entender qualquer coisa e não só o cenário político.
4) Quarto parágrafo: a) a proposta está estimulando discussões. Houve votação no site do Senado, cujo plenário vai ou está debatendo o projeto de lei, muitos educadores se pronunciaram nos meios de comunicação e até a proposta de redação se baseia nesse debate sobre a Escola Sem Partido. b) Nem todos os políticos estão no Senado: só os senadores. Deixar as poltronas do Senado é uma expressão equivocada: é principalmente nas poltronas do plenário do Senado que os senadores debatem qualquer tema.
Competências avaliadas
As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Redações corrigidas
Os textos desse bloco foram elaborados por internautas que desenvolveram a proposta apresentada pelo UOL para este mês. A seleção e avaliação foi feita por uma equipe de professores associada ao Banco de redações.
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