REDAÇÕES CORRIGIDAS - Agosto/2016 Escola no Brasil: com partido ou sem partido?
Escola Sem Senso Crítico
Em meio a à recente polarização política, um debate vem ganhando relevância, o da escola sem partido. O projeto, segundo seus autores, tem como objetivo libertar o sistema de ensino da doutrinação esquerdista e da ideologia de gênero.
No entanto, é irônico que um projeto que diz defender uma Escola Livre escola livre traga como resultado uma maior restrição ao sistema de ensino e um declínio ainda maior da relevância da escola como local de conhecimento. O projeto, apoiado pelas partes mais conservadoras da sociedade, traz como discurso meta a criação de uma educação neutra, o problema no entanto neutra. O problema, no entanto, é que tal ideal não pode ser alcançado, tal visão imparcial nada mais é do que uma defesa do conformismo e manutenção do status-quo.
À A partir dessa ideia vaga é criada uma linha tênue do que pode ser ensinado e o do que não pode. O que ali é ideologia e o que ali são fatos? O que ali pode estar atacando os valores morais ou religiosos de determinado aluno? Nesse espaço aberto a interpretações, encontra-se um constante policiamento e controle de qualquer discurso minimamente crítico.
A Escola Sem Partido, portanto, não tem como objetivo livrar a educação de qualquer ideologia, mas permitir o perpetuamento de ideias defasadas e atrasadas. Usando de um discurso histérico e hiperbólico hiperbólico, uma camada da sociedade defende seus ideias ideais conservadores, impedindo que estes entrem em atrito ou sejam debatidos na escola, um ambiente em que o senso crítico deve ser deixado em casa.
Comentário geral
Texto excelente. Em linguagem clara, correta e objetiva o autor expõe e defende seu ponto de vista sobre o tema. É possível não concordar com as ideias do autor. É possível até questionar alguns dos seus pressupostos, como vamos fazer no aspectos pontuais. Tudo isso, no entanto, ultrapassa os limites da avaliação pura e simples de uma redação escolar. E, fora isso, não há o que considerar como problema, deslizes, desvios ou erros. A redação é exemplar, mesmo que na conclusão do autor não haja propriamente sugestões de resolução do problema.
Aspectos pontuais
1) Segundo parágrafo: o argumento é válido, mas não é sólido, porque a restrição não é ao sitema de ensino, mas ao papel do professor na sala de aula. Há exagero do autor no argumento. O mesmo vale para a afirmação de que ocorreira um declínio da relevância da escola. Na verdade, o que o autor não chega a fazer é uma análise profunda de seus pressupostos, que se opõem ao Escola Sem Partido com base apenas em rótulos, como por exemplo dizer que neutralidade é manutenção do status quo. De qualquer modo, o que queremos apontar aqui não interfere na avaliação do texto, só visa levar o autor a ultrapassar as ideias feitas e buscar os fatos por de trás delas, para efetivamente criar uma argumentação convincente.
2) Quarto parágrafo: Por que as ideias são defasadas e atrasadas (adjetivos que nesse contexto têm quase o mesmo significado). O autor não diz. Acha que só adjetivar de modo negativo a proposta é suficiente para combatê-la. O mesmo caso se repete com histérico e hiperbólico, com o agravante de que a própria formulação é hiperbólica, esto é, exagerada. De qualquer modo, repita-se, tudo isso se refere à busca dos fundamentos da argumentação e está além dos limites da avaliação de uma redação escolar.
Competências avaliadas
As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Redações corrigidas
Os textos desse bloco foram elaborados por internautas que desenvolveram a proposta apresentada pelo UOL para este mês. A seleção e avaliação foi feita por uma equipe de professores associada ao Banco de redações.
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