REDAÇÕES CORRIGIDAS - Agosto/2016 Escola no Brasil: com partido ou sem partido?
Um Brasil democrático ainda com marcas da ditadura
Hoje, mais do que nunca, podemos dizer que o Brasil está dividido. É comum comum, em todos os países democráticos, eleitores que têm posições divergentes, mas o que se vê no Brasil são grupos com determinada ideologia em "pé de guerra", defendendo o que pensam ser "o melhor para o Brasil". O fracasso de um é comemorado pelo outro. Sair vestido de vermelho é um chamado à guerra e o que salva o verde e amarelo é a nossa bandeira, caso contrário, seria perigoso usar tais cores. Deixamos de valorizar a essência para valorizar a ideologia: se é convergente somos amigos, se divergente, inimigos.
Isso, claro, chega às escolas e o que fazer? Os professores - e tal profissional deve ser muito respeitado - não podem se calarem calar enquanto o Brasil porta afora está a beira de uma guerra civil. Não é só nos jornais que podemos ter informações do nosso país, hoje, o Brasil inteiro discute sobre política política: em praças, restaurantes, bibliotecas e escolas! O professor não está na escola apenas para ler um livro de Geografia - sem desprezo a disciplina, o a essa disciplina. O professor deve e, sem duvidas dúvidas, pode desenvolver um senso crítico em seu aluno. Obviamente Obviamente, os pais vão se queixar se a opinião do educador for diferente das deles e sairão pedindo leis que blindem a ideologia de seus filhos, porém, o que se faz em casa? Os pais que acusam professores de fazerem uma "lavagem cerebral" na cabeça dos jovens não o fazem dentro de casa? Sim. O que ocorre dentro das escolas não é pior do que acontece dentro de casa: pais com determinada ideologia política impõe impõem ao seus filhos que sigam a mesma ideia. Para Por exemplo, se um pai petista tivesse como professor de seu filho o Suplicy, acharia essa lei um absurdo.
Portanto, esse PL só irá jogar sal em uma ferida que está tentando cicatrizar: a divisão do Brasil. Com respeito ao Senador senador Malta, o Congresso deveria se preocupar em unificar o povo brasileiro e não o contrário. Os professores já são desprezados pelo salário, se ficarem impedidos de opinar opinar, o Brasil deixa de ser do povo.
Comentário geral
Texto razoável, escrito numa linguagem informal e não propriamente na norma culta escrita. Além disso, é divagativo, fazendo especulações cujas consequências não são bem compreendidas. Diz o autor que o Brasil está politicamente em pé de guerra e que, nessas circunstâncias, o professor não pode se omitir. Certo, mas será que, antes disso, não seria mais interessante que o país discutisse política de um modo mais pacífico, com os partidários de qualquer causa aceitando a existência de pessoas com outras causas? A essência da democracia não é o respeito pela divergência e a solução pacífica de conflitos? Enfim, o autor menciona um problema nacional bastante sério, apenas para justificar que o professor tome uma posição política e ideológica. Tem mais: equiparar o papel do professor ao dos pais na formação de alguém é equivocado, até porque não é fácil comprovar a existência de doutrinação política em todos os lares. Enfim, há muitas ideias confusas, que precisariam ser aprofundadas, antes de conectá-las para formar uma linha de raciocínio.
Aspectos pontuais
1) Primeiro parágrafo: a) Não há necessidade de colocar essas expressões entre aspas. Isso não altera em nada o significado delas. b) Deixamos de valorizar a essência do que? O que significa essência nesse contexto? O leitor não tem elementos para compreender o que, exatamente, o autor quer dizer.
2) Segundo parágrafo: a) porta afora significa exclusivamente fora da escola. A expressão porta afora é coloquial. b) É um exagero dizer que o Brasil está à beira de uma guerra civil. Guerra civil, para deixar claro o conceito, é o que está ocorrendo na Síria atualmente, em que três grupos armados se combatem. c) Não é a ideologia dos filhos que precisa ser blindada. Segundo a Escola Sem Partido, são os filhos que precisam ser blindados contra a doutrinação ideológica. Na verdade, o autor usa o termo ideologia de maneira confusa, em sentido amplo e variado, o que prejudica a clareza de seu texto. d) Aspas desnecessárias. e) Na expressão Essa lei, essa refere-se a uma lei anteriormente mencionada. Só que o autor não mencionou explicitamente nenhuma lei anteriormente. Então, é preciso dizer que lei é essa.
3) Terceiro parágrafo: a) vale o mesmo para esse PL, e o uso da abreviatura não é recomendado. b) Gramaticalmente, a oração está tentando cicatrizar precisa de um sujeito. c) O parágrafo termina com uma afirmação que não faz sentido, misturando questão salarial com questão de liberdade de expressão e afirmando algo absurdo: que o Brasil, por causa disso, pode deixar de ser do povo. Como assim? O Brasil, hoje, já é do povo? O que significa um país ser do povo?
Competências avaliadas
As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Redações corrigidas
Os textos desse bloco foram elaborados por internautas que desenvolveram a proposta apresentada pelo UOL para este mês. A seleção e avaliação foi feita por uma equipe de professores associada ao Banco de redações.
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