História do Brasil - Anhangabaú (1922)
Anhangabaú (1922)
Parques do Anhangabaú nos fogaréus de aurora...
Oh larguezas dos meus itinerários...
Estátuas de bronze nu correndo eternamente,
num parado desdém pelas velocidades...
O carvalho votivo escondido nos orgulhos,
do bicho de mármore parido do salon...
Prurido de estesias perfumado em rosais
o esqueleto trêmulo do morcego...
Nada de poesia, nada de alegrias!...
E o contraste boçal do lavrador
que sem amor afia a foice...
Estes meus parques do Anhangabaú ou de Paris,
onde tuas águas, onde as magoas dos teus sapos?
"Meu pai foi rei!
- Foi. - Não foi. - Foi. - Não foi."
Onde as suas bananeiras?
Onde o teu rio frio escarnecido pelos nevoeiros,
contando historias aos sacis?...
Meu querido palimpsesto sem valor!
Crônica em mau latim
cobrindo uma écloga que não seja de Virgílio!...
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