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Ensino médio

Português - Sintaxe a partir de um poema de Leminski

Fátima Rodrigues

Sintaxe a partir de um poema de Leminski

Objetivos

1) Levantar e analisar termos específicos utilizados em análise sintática;

2) Estudar os elementos do período simples: sujeito e predicado;

3) Relacionar o período simples com o período composto;

4) Reconhecer recursos estilísticos presentes na poética de Paulo Leminski: ironia, duplo sentido, metalinguagem.

Ponto de partida

Leitura do poema O assassino era o escriba:

O assassino era o escriba

Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida,
regular como um paradigma da 1ª conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,
ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito
assindético de nos torturar com um aposto.
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas,
conectivos e agentes da passiva, o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.

Comentários

1) A análise e interpretação do poema de Paulo Leminski podem ser ótimo ponto de partida para o ensino de alguns tópicos de análise sintática;

2) O professor pode também aproveitar a ironia do texto para discutir a nomenclatura gramatical;

3) Outra possibilidade é a realização de um debate sobre o ensino de língua portuguesa e sobre a importância (ou não) das regras de gramática para o aluno.

Estratégias

1) Leitura individual do texto e levantamento de vocabulário próprio da análise sintática;

2) Discussão em grupo de alguns dos temas a seguir:

a) Alguns termos que aparecem no texto não são mais utilizados (por exemplo: "sujeito inexistente"). Explique o porquê.

b) Como se classifica o sujeito?

c) Como se classifica o predicado?

d) Compare os elementos do período simples com os elementos do período composto;

e) Questione a intenção do eu lírico de matar o professor de análise sintática (ou melhor, os professores de língua portuguesa).

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