A perpetuação da injustiça e os deveres dos cidadãos
A situação lancinante de indivíduos que tiveram suas causas analisadas de forma injusta é alarmante e sobrevive em todos os tempos e em todas as gerações, permitindo-os optar entre praticar ou sofrer uma injustiça, qual delas é moralmente considerável?
A injustiça se dissemina sobretudo através da existência de desigualdades sociais que, antes mesmo do surgimento do capitalismo, já se faziam presente presentes na sociedade, através da hierarquização das diferentes posições ocupadas pelos indivíduos, configurando assim um quadro constante de estratificação estamental. Nesse contexto, grande parcela da população encontra-se desamparada pela falta poder, força ou perspicácia, sendo vítimas vítima das regras do regime estabelecido, mas mas, por vezes, acusadas de serem co-participantes coparticipante caso haja uma sublevação das mesmas.
A doutrina filosófica utilitarista de Jeremy Bentham e John Stuart Mill, na qual a maximização da utilidade confere valor moral à a uma conduta justa justa, pode ser contestada quando se considera, por exemplo, a condição de escravo na antiga civilização romana, caracterizada pela débil e ultrajante reputação para tais pessoas, na medida em que não levava em conta as liberdades individuais. Prisioneiros de guerras estavam sujeitos a lutas em arenas para o divertimento e felicidade do público em geral e, de certo modo, eles nada podiam exigir para a manutenção de sua segurança vital.
As minorias (considerada também como escória) que compõem a grande escala da população devem, de acordo, com acordo com Karl Marx, juntar-se em prol de uma futura revolução de caráter proletário, visando suprimir o poder opressor da burguesia, para burguesia. Para que isso se torne viável na hodiernidade, é necessário interferência no poder estatal à a respeito do cumprimento de leis que criminalizam a prática da corrupção, geradora de tantas injustiças, além da apresentação à comunidade, em grande parte submetida aos ideais de cultura de massa, de princípios filosóficos de justiça social, sendo que deve ocorrer uma mitigação dos efeitos da injustiça, mas caso isso não seja possível, submeter-se, para a manutenção da ordem e garantia da virtude, defendida por Sócrates e Aristóteles, em contraposição ao caos, é mais adequado.
Comentário geral
O texto como um todo é um imenso equívoco, a começar da linguagem pedante, supostamente de caráter jurídico. Não bastasse isso, o autor insiste em citar inapropriadamente filósofos e situações históricas, estabelecendo relações que beiram o surrealismo. Ao chegar ao final da leitura, só podemos concluir que toda essa retórica e exibição de pretenso conhecimento histórico e filosófico não passa de uma tentativa de disfarçar a total incompreensão do tema da redação, bem como a falta de quaisquer ideias próprias do autor sobre ele. É lamentável fazer uma avaliação tão dura, mas o fazemos na esperança de que sirva de alerta ao autor: não é assim que se escreve em português, não é assim que se faz uma dissertação, não é assim que se reflete acerca de qualquer assunto. A redação é sofisticada, no sentido original do vocábulo sofisticado: à maneira dos sofistas, por meio de sofismas, de arrazoados pretensamente elegantes em termos de estilo, mas completamente vazio.
Aspectos pontuais
1) Primeiro parágrafo: nesse como em todos os outros parágrafos, é impossível comentar todos os erros e equívocos, tão grande é o número deles. Com uma sintaxe truncada e uma linguagem obscura, o autor parece simplesmente fazer uma (má) paráfrase da proposta: a injustiça sempre existiu. É melhor praticá-la ou sofrê-la? Lancinante é um adjetivo que qualifica o substantivo dor. Uma situação pode causar dores lancinantes, mas não existe uma situação lancinante.
2) Segundo parágrafo: a única ideia que se aproveita aqui é a de que a injustiça deriva da desigualdade social, não só no capitalismo, mas também no feudalismo (sistema que o autor se esforça em vão por definir). Só que a injustiça existia também nas sociedades da Antiguidade, muito antes do feudalismo. Também houve injustiças em sistemas socialistas, basta lembrar dos processos do ditador Stálin contra vários de seus companheiros da Revolução de 1917. O final do parágrafo é de tal modo caótico, que dispensa comentários. Vítimas acusadas de coparticipação num regime contra o qual se sublevaram?! Mas se elas eram coparticipantes contra quem se sublevaram? Contra si mesmas?
3) Terceiro parágrafo: o utilitarismo dos filósofos citados propunha uma ética para a sociedade em que eles viviam, a sociedade britânica do século XIX. Eles não tinham nenhuma intenção de ditar normas morais para os romanos, porque mortos não se submetem a regras morais, mas apenas à decomposição física. De resto, é surrealismo mesmo: o problema de ser escravo é ter uma má reputação? Aparentemente, os escravos têm problemas bem mais graves do que esse. Os gladiadores de certo modo nada podiam exigir para sua segurança vital? De modo nenhum eles podiam exigir nada acerca disso! Os gladiadores eram escravos. A rigor, não tinham nenhum direito. É condenável a existência disso? Claro! Mas não dá para libertar quem já morreu, exceto se estamos falando em termos de convicções religiosas, o que não é o caso.
4) Quarto parágrafo: mais absurdos! As minorias formam a maior parte da população? Então, as minorias são maioria! Isso é uma contradição. Quais são os ideais da cultura de massas a que as... massas são submetidas? Por quem as minorias são consideradas escória? Marx nunca propôs uma revolução das minorias, mas do operariado, também chamado de proletariado. Misturar Marx, Sócrates e Aristóteles é fazer uma salada filosófica de cunho surrealista.
Competências avaliadas
Itens | Nota |
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Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita. | 0,0 |
Compreender a proposta da redação e aplicar conceito das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. | 0,0 |
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. | 0,0 |
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. | 0,0 |
Elaborar a proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. | 0,0 |
Nota final | 0,0 |
Saiba como é feito a classificação das notas | ||||
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2,0 - Satisfatório | 1,5 - Bom | 1,0 - Regular | 0,5 - Fraco | 0,0 - Insatisfatório |
Redações corrigidas
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