REDAÇÕES CORRIGIDAS - Junho/2019 Universidade em crise: quem paga a conta?
O dilema do ensino superior
Recentemente, o Governo Federal anunciou um contingenciamento de verbas para a educação superior, o que gerou grande divergência entre os brasileiros: enquanto uns apoiaram a medida, outros foram às ruas para se manifestar contra ela. Nesse contexto, alguns defenderam a privatização das universidades ou a cobrança de mensalidades para os mais ricos a fim de solucionar a crise financeira do ensino superior. Porém, o mais justo é manter esse serviço público e gratuito a todos, embora certas ações sejam necessárias para maximizar os benefícios dessa decisão.
Primordialmente Primeiramente, é válido importante considerar que as universidades públicas são as mais bem avaliadas do país. Segundo uma pesquisa do grupo britânico QS (Quacquarelli Symonds), UNICAMP e USP, por exemplo, estão entre as melhores da América Latina. Ademais, um levantamento recente da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) mostrou que mais de 90% das pesquisas científicas do Brasil vêm das escolas superiores públicas. Sendo assim, a privatização das universidades seria prejudicial ao país, já que sua qualidade tenderia a piorar e a quantidade dessas pesquisas, a diminuir. Além disso, seria provável que tais estudos, lamentavelmente, fossem voltados somente a áreas que trazem maior retorno financeiro imediato. Desse modo, conclui-se que as instituições públicas de ensino superior devem continuar sendo do Estado.
Em uma segunda análise, convém lembrar que o Artigo 206 da Constituição Federal garante o ensino gratuito em estabelecimentos oficiais. Logo, ninguém deveria ser privado de ter uma educação superior gratuita e de qualidade, independentemente da de classe social. Infelizmente, isso não acontece na prática: boa parte da população, sobretudo os mais pobres, não tem acesso a esse serviço. Todavia, a cobrança de mensalidades não seria uma solução adequada para o impasse, pois não só violaria a Constituição, mas também poderia desestimular os mais ricos a ingressarem e realizarem pesquisas nessas instituições. Assim, é possível concluir que a universidade pública deve ser gratuita para todos.
Portanto, a privatização das universidades públicas e a cobrança da mensalidade dos mais ricos não solucionariam o problema da crise financeira no ensino superior. Contudo, o Poder Público precisa agir para resolvê-lo e proporcionar, ainda, uma maior igualdade de acesso a essas instituições. Primeiramente, verbas de setores menos relevantes (a exemplo das Forças Armadas) devem ser destinadas a áreas mais essenciais, como a educação superior. Além do mais, para esse mesmo fim, deve haver privatizações de empresas estatais (os Correios, por exemplo). Por fim, para que haja maior igualdade de oportunidades nas universidades, é necessário que as cotas sociais (àqueles que estudaram em escolas públicas) sejam ampliadas. Dessa forma, a crise financeira do ensino superior será solucionada de maneira justa e em respeito à Constituição Federal.
Comentário geral
Texto excelente, na medida em que preenche os requisitos de cada competência avaliada. Os deslizes de linguagem são insignificantes.
Competências
- 1) O autor tem domínio da linguagem escrita, cometendo alguns deslizes de pouca importância que não merecem nenhuma penalidade.
- 2) O autor compreendeu o tema, soube apresentá-lo, definir sua posição em relação a ele e defendeu-a com argumentos, além de apresentar uma sugestão de intervenção pertinente (concorde-se com ela ou não).
- 3) A argumentação é válida e consistente, mesmo que não se concorde com ela.
- 4) Foram utilizados os recursos linguísticos que dão coesão ao texto e constroem a dissertação.
- 5) O texto preenche completamente os requisitos dessa competência: faz a sugestão de como o problema pode ser resolvido e apresenta os recursos que, a seu ver, deveriam ser utilizados para isso.
Competências avaliadas
As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Redações corrigidas
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