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Redações Corrigidas - Outubro/2018 Patrimônio histórico e cultural brasileiro: um caso de descaso

O incêndio do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, destruiu a maior parte de um acervo com mais de 20 milhões de peças - Tânia Rego/Agência Brasil
O incêndio do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, destruiu a maior parte de um acervo com mais de 20 milhões de peças Imagem: Tânia Rego/Agência Brasil

Antonio Carlos Olivieri, da Página 3 Pedagogia & Comunicação

01/10/2018 05h00

O patrimônio histórico e cultural brasileiro sofreu um prejuízo de valor incalculável no início de setembro passado, com o incêndio do Museu Nacional, no Rio de Janeiro. Infelizmente, não se tratou do único caso em que a cultura e a história nacionais foram consumidas pelas chamas e, principalmente, pela negligência das autoridades responsáveis. Diante disso, é o caso de se perguntar: os museus que conservam nosso passado e nossas artes não têm grande importância para o país e seu povo? Trata-se de um patrimônio descartável? A resposta é evidentemente negativa. Sendo assim, por que esses fatos acontecem com tanta frequência? Quem deve ser responsabilizado pelo problema? O governo, exclusivamente, ou todos nós, cidadãos brasileiros? Quais são as consequências de perdermos nossa memória? E, além disso, que providências devem ser tomadas para impedir que esses desastres continuem a acontecer? Redija um texto dissertativo-argumentativo sobre esse descaso crônico com o nosso patrimônio histórico e cultural.

  • História em chamas

    Um incêndio de grandes proporções atingiu no domingo (2/09/18) o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, na zona norte do Rio. Mais antigo do país e com acervo com mais de 20 milhões de peças, o museu passava por dificuldades financeiras geradas pelo corte em seu orçamento. Nos últimos dez anos, o Brasil perdeu tesouros culturais e científicos em pelo menos oito incêndios (Teatro Cultura Artística, Instituto Butantan, Memorial da América Latina, Museu de Ciências Naturais da PUC/MG, Centro Cultural Liceu de Artes e Ofícios, Museu da Língua Portuguesa, Cinemateca Brasileira e Museu Nacional). No mesmo período, destinou bilhões para estádios de futebol e obras desnecessárias e inacabadas.

    Folha de S. Paulo

  • O epitáfio do descaso

    Em uma época em que fatos históricos são negados e que se busca apenas a mentira efêmera das fake news, a tragédia do Museu Nacional, consumido pelas chamas até restarem somente paredes carbonizadas, serve de alerta a todos nós sobre o processo contínuo que enfrentamos de perda de nossa memória, do conhecimento de nossa realidade e do país que desejamos para o futuro.

    Aquele palácio não era simplesmente um depósito de coisas antigas ou um museu de história natural. Ele também não era apenas paredes, como querem fazer crer nossos políticos quando repetem que a perda será reposta. A perda dessa memória é irrecuperável, dela restando apenas vestígios em fotos de arquivo. O que era um monumento de nossa história transformou-se em uma lápide cujo epitáfio é o nosso descaso.

    Carlos Fernando dos Santos Lima - Procurador regional da República - Folha de S. Paulo

  • Memória e identidade

    Imagine-se acordando de manhã, espreguiçando-se e abrindo os olhos lentamente, deixando a claridade do sol inundar lentamente suas retinas. De repente você olha em volta e se vê num lugar estranho. Escuta conversas além das paredes. um pouco perturbado você se levanta da cama, e vai à direção das vozes. Abre a porta e se depara com algumas pessoas. Elas lhe dão bom dia, com a maior naturalidade, até sorriem. Uma delas, com uma voz amável, o chama por um nome que você nunca ouviu, diz para se apressar senão vai se atrasar. Então, num ímpeto, você fecha a porta, se sente confuso, faz força pra tentar lembrar o que aconteceu. Quem é você? De onde veio? Seria um sonho? Nem isso é possível saber.

    A partir do parágrafo acima é possível refletirmos sobre a importância da memória para a constituição da nossa subjetividade e equiparar, dentro de um panorama mais amplo, com a construção da memória coletiva. Em nosso cotidiano geralmente não percebemos o papel da memória na formação da nossa vida em sociedade e, como muitas outras coisas, só passamos a valorizá-la quando nos imaginamos sem ela.

    Patrimônio Jovem (adaptado)

  • Patrimônio histórico e identidade cultural

    O patrimônio histórico arquitetônico pode ser qualquer edificação que represente parte da história local de uma cidade ou município. A primeira coisa que se destaca quando se faz uma visita a algum lugar, são os prédios históricos ou as construções que de alguma forma representem ou trazem em suas características pistas sobre a história da localidade visitada e de seus habitantes.

    Infelizmente, em geral, a maioria dos patrimônios não são vistos com tão bons olhos pelas autoridades. São conhecidas as histórias e frequentes os casos de descaso, demolições e abandono de prédios que são verdadeiras testemunhas da história local, e que fazem a importante ligação entre a população e sua identidade cultural.

    É claro que não podemos ser contra o progresso, ou esperar que tudo continue para sempre como está, pois o desenvolvimento não pode ser parado. É evidente que nossas cidades devem se modernizar, que novas construções devem surgir e a paisagem mudar, mas o que não deve nunca deve ser deixado de lado é a preservação do patrimônio histórico, pois ele representa a materialização da nossa história e da identidade cultural coletiva. A perda do patrimônio representa a perda da história e da identidade, o que pode ser preocupante, pois a história do nosso município e do local onde moramos é única e insubstituível, e a destruição das suas representações materiais representa o esquecimento de parte da nossa identidade cultura, e esquecer nossa cultura é esquecer quem somos.

    Casarão de Ideias

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Os textos desse bloco foram elaborados por internautas que desenvolveram a proposta apresentada pelo UOL para este mês. A seleção e avaliação foi feita por uma equipe de professores associada ao Banco de redações.

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