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REDAÇÕES CORRIGIDAS - Janeiro/2018 A arte tem o direito de questionar tudo?

Redação corrigida 600

A fundamentação ética na disseminação do espírito artístico

Inconsistente Erro Correção

A liberdade de expressão é destaque na criação e exposição de obras artísticas na sociedade atual, sendo o lema primordial no combate a governos totalitários e a comunidades grupos intolerantes. No entanto, é evidente que a arte deve adequar-se aos princípios éticos do público que a aprecia, trazendo questionamentos de modo responsável, sem afetar grupos religiosos, políticos ou até mesmo crianças e jovens que nunca teriam visto uma pessoa nua.

A partir do momento em que a arte não é limitada por meios externos – como em regimes controladores dos mecanismos de expressão – ela mesma deve se moderar de modo a não exercer qualquer preconceito ou desgaste causar tensão social. Conforme cita no Quando do fechamento da exposição, o banco Santander pondera ponderou que quando a arte não traz inclusão e reflexão positiva, perde seu objetivo maior de unir todos na busca de questionamentos saudáveis e importantes na para a formação individual. Insultos contra o catolicismo e imagens impactantes não somente para crianças, mas até mesmo para certos adultos, estão além daquilo que a arte deveria explicitar: uma abordagem responsável, que traga consequências positivas àqueles que a admiram.

Com o fechamento da mostra “Queermuseu”, questões voltadas às situações infelizes do passado, como no o controle indiscriminado dos meios de expressão em governos ditatoriais e em regimes controlados pela Igreja na Idade Média, são elucidadas como revelam-se ainda existentes ou que ou lentamente voltam a se consolidar. No entanto, não é levado em conta que a própria exposição feriu a arte e a sua comunidade. Além de trazer um repertório obsceno e que estimula a intolerância à comunidade religiosa, também fere o Estatuto da Criança e do Adolescente. O filósofo francês franco-suíço Jean-Jacques Rousseau já dizia: “A liberdade se faz no ramo social e na ideologia de cada um”. Infere-se que a arte precisa se adequar a todos, sem haver a promoção de ideais que possam ferir a liberdade de certos grupos sociais.

Além disso, como já foi dito, é notório que a arte se adequa adéqua ao público, ou seja, uma análise dos princípios e da cultura geral faz-se necessária antes que algo desse porte seja divulgado. Os valores de um povo se encontram em constante transformação, mas podemos afirmar que talvez essa exposição tenha ultrapassado essa evolução, estando num patamar de compreensão e aceitação ainda indisponíveis. Já sobre as crianças que estariam expostas ao conteúdo da mostra, psicólogos afirmam ser ruim ou até mesmo traumatizante para elas, propiciando um estímulo sexual e realístico muito precoce.

Desse modo, a arte pode questionar quaisquer assuntos, mas através de um meio modo consciente, sem desrespeito e com uma análise prévia da faixa etária a ser destinada. O Governo, em parceria com ONGs, artistas e pessoas voluntariadas voluntários, deveria organizar um programa de inspeção de exposições artísticas, trazendo indicações para a organização de um espaço cultural que não traga um retrocesso social. Assim, a opinião de profissionais e cidadãos do senso comum traria o senso comum dos cidadãos trariam a fundamentação ética para uma verdadeira disseminação do espírito artístico.

Comentário geral

Texto regular, em especial no que toca à compreensão do tema e à estrutura dissertativa. É principalmente em termos de linguagem que se encontram seus problemas mais graves. O autor é prolixo, tendo ultrapassado, sem necessidade, o número máximo de caracteres estabelecido pela proposta. A prolixidade se deve pela dificuldade de exprimir com clareza ideias simples, que o autor torna complexas talvez pelo esforço de atingir o que ele mesmo considera a modalidade formal da língua portuguesa. Mas linguagem formal não significa nem prolixidade, nem complicação.

Aspectos pontuais

1) Primeiro parágrafo: o autor escolhe mal as palavras, tornando suas declarações obscuras ou absurdas. A liberdade de expressão é um direito de todos, inclusive dos artistas, contudo, frequentemente eles encontram modos de se expressar, mesmo quando submetidos à censura. A arte pode ou não ter um papel na luta contra regimes autoritários. Esse pode ser o lema da arte, mas a arte não é um lema, ao contrário do que afirma o autor. Entende-se, nos dos casos (destaque e lema), o que ele quer dizer, mas ele não o disse claramente.

2) Quarto parágrafo: algo desse porte é uma expressão ambígua, pode significar muita coisa. Essa imprecisão vocabular, em maior ou menor grau, está presente em toda a redação.

3) Quinto parágrafo: a) aparentemente, o autor sugere a criação de uma nova profissão: o inspetor de obras de arte, o que é ridículo. b) A organização de um espaço cultural que não traga um retrocesso social é uma expressão ambígua, em que se misturam sentidos literal e figurado das palavras, deixando ao leitor o problema de interpretá-la, quando é o autor quem deve ser claro.

Competências avaliadas

As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Título nota (0 a 1000)
Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita. 100
Compreender a proposta da redação e aplicar conceito das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. 150
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. 150
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. 100
Elaborar a proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. 100
Nota final 600

Redações corrigidas

Título nota (0 a 1000)

Os textos desse bloco foram elaborados por internautas que desenvolveram a proposta apresentada pelo UOL para este mês. A seleção e avaliação foi feita por uma equipe de professores associada ao Banco de redações.

Os textos publicados antes de 1º de janeiro de 2009 não seguem o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. A grafia vigente até então e a da reforma ortográfica serão aceitas até 2012.

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